O mês de janeiro tem sido atípico com relação as ocorrências envolvendo os integrantes da segurança pública. Em aproximadamente um mês, pelo menos cinco servidores dos órgãos integrantes da Secretaria de Segurança Pública foram alvos da ação de criminosos. Praticamente todos alvo de tentativa de roubo que terminou em morte ou no mínimo troca de tiros.
Ontem, um policial militar reagiu a um assalto, trocou tiros com dois adolescentes e acabou baleado no Recanto das Emas. Segundo a corporação, o policial foi abordado por um casal de menores na Quadra 101 da cidade. O sargento reagiu à abordagem no momento em que o assalto foi anunciado. Um dos adolescentes também ficou ferido. Ambos foram levados para o Hospital Regional de Samambaia.
A menor foi apreendida e levada para a delegacia da criança e do adolescente. A dupla irá responder pelo crime, mas como sabemos em breve estará nas ruas. É inadmissível termos menores atuando nas ruas e ficando no máximo três anos presos. Quanto vale a vida de um cidadão? A vida tirada por um menor vale menos que a vida tirada por um maior? Precisamos rever tal situação e cobrar a mudança da legislação. Um menor que tira uma vida deve pagar semelhante a um maior. Afinal, a vida tirada por um menor vale o mesmo que a vida tirada por um maior.
Ainda ontem outro policial foi vítima de roubo. O Soldado teve um veículo roubado que foi utilizado em um roubo a lotérica em um Shopping da cidade. Neste caso o policial não reagiu. O carro foi recuperado algumas horas depois pelo GTOP da área.
É preciso rever também os crimes cometidos contra policiais. Atacar agentes do Estado é atacar o próprio Estado. Nos últimos dias tivemos um policial civil, um bombeiro e um agente penitenciário mortos em decorrência de reagir aos assaltos. De acordo com a Polícia Militar, dez policiais morreram durante a folga em 2013 e seis no ano passado. Vi em alguns blogs a falta de conhecimento do tema e a irresponsabilidade de atacar um secretário de segurança que assumiu há menos de 25 dias. Total desconhecimento e falta de compromisso com a verdade, resultado apenas do criticar por criticar da “oposição insana” que apenas tenta manipular a massa. Há anos não temos morte de policiais em serviço no DF. Grande parte das mortes ocorreu na folga, ao reagir a assalto ou nas proximidades de “bicos”, festas, shoppings ou bares.
A PMDF é a única instituição que possui e forneceu dados sobre mortes violentas de policiais fora do horário de trabalho. As outras instituições precisam fornecer tais dados para que políticas públicas voltadas para o tema possam ser pensadas e desenvolvidas. Precisamos nos engajar nesta luta. Mais do que jogar a culpa nas autoridades, precisamos fazer a nossa parte. Fazer corpo mole na rua é deixar o seu futuro assassino ou de suas famílias livre para agir. Lembro-me do “tio Bem” do filme Homem Aranha que disse: “grandes poderes, grandes responsabilidades.”
Por: Aderivaldo Cardoso com informações do Jornal de Brasília