Quatro dias depois de parte dos policiais militares votarem em assembleia o início da operação tartaruga, batizada de legalidade, a adesão ao movimento é pequeno. A informação foi confirmada por praças que não consideram ter reduzido os serviços de patrulhamento. A categoria pleiteia a diminuição do tempo (interstício) de permanência dos militares em cada posto até que sejam promovidos de patentes.
Nos bastidores existem dois grupos. Um deles convocou a assembleia na noite da ultima quinta-feira (17/12) onde a maioria dos que estavam reunidos decidiram votar pelo início da operação. Outro grupo, porém, quer radicalizar o movimento apenas a partir de abril de 2016 em razão da pouca visibilidade que o movimento teria no fim do ano.
Um dos líderes do movimento, sargento Lusimar Arruda, confirmou que policiais estão em operação. “Um grupo está trabalhando para não ter operação, mas quem está na rua confirma o movimento. A categoria sofreu um baque muito grande. Ela está desprestigiada e desrespeitada pelo governador. Realmente há policiais que estão em operação legalidade total, outros não”, confirmou.
Segundo o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do DF (Aspra), sargento Manoel Sansão, a entidade não está participando de nenhum movimento. “Alguns policiais estiveram em reuniões e não sei se a operação está, de fato, funcionando. Até agora ninguém comentou a respeito. A Aspra não está participando de nada”, alegou.
Na operação tartaruga, policiais reduzem o policiamento ostensivo, direcionando efetivo menor às operações de rua e diminuindo a velocidade das viaturas.
Na quarta-feira (16/12) policiais se reuniram com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), para tratar do assunto. No entanto, o chefe do Executivo local reforçou a impossibilidade de reduzir o tempo do interstício em razão dos limites prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Acompanharam o encontro o comandante da corporação, coronel Florisvaldo César; o chefe da Casa Militar, coronel Cláudio Ribas, e o comandante do Corpo de Bombeiros do DF, coronel Hamilton Santos Esteves Júnior.
Na tarde do dia seguinte, quinta-feira (17/12), lideranças da corporação se encontraram com a procuradora geral do DF, Paola Aires Corrêa Lima. Ela também apresentou números aos militares que comprovam a dificuldade do GDF em realizar a redução.
Em nota, a Polícia Militar não confirmou se os policiais estão ou não em operação. A corporação disse reconhecer que a promoção é um estímulo para o policial e informou que o comandante-geral da PM determinou, em caráter urgência, a elaboração de uma proposta para corrigir a Lei 12.086/2009 referente a definição legal de prazos para as promoções. “Para isso, solicita o apoio e a contribuição de todos os policiais, por meio das entidades representativas, de modo a buscarmos juntos o melhor caminho para nossa instituição.”