Se a reeleição do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) depender de bombeiros e policiais militares do Distrito Federal, dificilmente o chefe do Executivo conseguirá ser reconduzido ao Palácio do Buriti em 2018: apenas 5% dos eleitores das duas corporações indicaram que votariam no socialista em outubro. A informação consta em pesquisa feita pelo Instituto Exata OP, divulgada nessa segunda-feira (19/3).
De acordo com a sondagem, a reprovação do atual gestor é alta nas duas instituições: 63% dos integrantes da Polícia Militar (PMDF) e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), incluindo ativos e aposentados, classificam negativamente o desempenho do governo Rollemberg. Entre os membros da PMDF e do CBMDF, 29% avaliam o atual governo como “regular”, e apenas 6% consideram “bom” o comando do atual governador.
O levantamento foi encomendado pelo Fórum das Entidades Representantes dos Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal. O objetivo é orientar servidores da PMDF e do CBMDF a direcionar o voto a políticos com maior simpatia entre os integrantes das corporações e potencializar o apoio aos mais comprometidos com as forças policiais.
Entre os pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal que contam com a preferência dos militares, estão o coronel da reserva da PM e deputado federal Alberto Fraga (DEM), com 28,5% das intenções de voto dos oficiais e praças. Em segundo lugar, somando 21,7%, vem o médico e ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR).
O também pré-candidato ao Buriti e general do Exército na reserva Paulo Chagas (PSL) tem o apoio do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Ainda assim, ficou com 9,9% da intenção de votos das duas instituições militares locais. Rollemberg é o quarto colocado e atrai 5% do eleitorado das forças policiais do DF. Indecisos e nulos aproximam-se dos 30%.
No quesito rejeição, 57,7% disseram não votar de jeito nenhum em Rollemberg. Os outros mais rejeitados foram: Eliana Pedrosa (Podemos), com 31,8%; Alírio Neto (PTB), 27,2%; e Coronel Leão (PCdoB), 22,7%. Alberto Fraga tem a rejeição de 21% dos integrantes das corporações, enquanto 18,8% não escolheriam Jofran Frejat.
Mira no Senado
Na mesma pesquisa, o candidato com maiores chances de chegar ao Senado seria Alberto Fraga: hoje, contaria com 42,3% das intenções de voto dessas instituições caso decidisse concorrer a uma das duas cadeiras abertas em 2018.
Atrás de Fraga está o atual senador Cristovam Buarque (PPS), com 23,5% da preferência dos policiais e bombeiros militares. Frejat (19,4%) e o petista Wasny de Roure (15,3%) estariam em empate técnico, enquanto o distrital Chico Leite (Rede) teria 7,2% das intenções de votos. Com esse cenário de candidatos, 61,6% dos entrevistados declararam votar nulo. Indecisos chegam a 21%, segundo a pesquisa Exata OP.
Para a Presidência da República, o preferido é Jair Bolsonaro, que soma 74% das intenções de voto. Na sequência, aparecem o petista Luiz Inácio Lula da Silva (5,4%), o pedetista Ciro Gomes (3,5%), o senador Alvaro Dias, do Podemos, com 1,2%, e a ex-ministra Marina Silva (Rede), com 1%. Nulos somam 9,9%. De indecisos para o Palácio do Planalto, as corporações têm 4,3%.
Orientação de voto
Conforme um dos prepostos do Fórum das Entidades Representantes dos Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal, coronel Wellington Corsino, a análise é o primeiro passo para auxiliar os integrantes das duas instituições a entenderem a necessidade da união política dos policiais e bombeiros militares.
“A gente entende que precisa orientar quem ainda não se decidiu a direcionar o voto em caráter institucional, porque, querendo ou não, é do nosso futuro que estamos falando”, disse Corsino, que preside a Associação dos Oficiais da Reserva Remunerada e Reformados da PMDF (Assor).
Além da intenção de votos para cargos majoritários, como candidatos à Presidência da República, ao governo local e às duas vagas ao Senado, a pesquisa aponta os preferidos dos militares para a Câmara dos Deputados e a Câmara Legislativa do Distrito Federal. “Nós vamos tirar os 10 principais citados e colocar numa pesquisa maior, com pessoas de fora das corporações. Precisamos fazer esse balanço, porque sabemos que um candidato não tem condições de ser eleito com votos exclusivos das duas instituições”, adiantou Corsino.
A pesquisa Exata OP foi realizada entre 1° e 7 de março deste ano e ouviu 515 entrevistados após sorteio aleatório. A margem de erro é de 3%, para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número DF-04405/2018.
Confira a íntegra da pesquisa
Pesquisa Assor 2018 by Metropoles on Scribd
Fonte: Portal Metrópoles