A partir das 8h desta quarta-feira (21), policiais civis cruzarão os braços por 72 horas. A decisão foi tomada na tarde de hoje (20), em assembleia convocada pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF). Desta forma, até as 8h de sábado (24), todas as delegacias só irão registrar flagrantes e ocorrências de crimes graves, como homicídio, latrocínio e estupro. As principais reivindicação são a recomposição das perdas inflacionárias e a paridade do reajuste da categoria com a Polícia Federal.
A diretoria do sindicato afirma que há recursos do Fundo Constitucional suficientes para garantir a recomposição, “uma vez que haverá um acréscimo de cerca de R$ 600 milhões em 2018”. Para a entidade, o que falta é vontade política. O GDF, por sua vez, alega que não é possível arcar com novos reajustes sem uma nova fonte contínua de receitas.
O presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco Gaúcho, diz que ocorre descomprometimento do governo com a categoria. “O governo de Rodrigo Rollemberg tem sucateado a segurança pública do Distrito Federal de diversas formas e uma das mais graves é a desvalorização dos policiais civis. Foi o descaso do governo e cansaço da categoria que desencadeou essa paralisação”, afirma.
A entidade afirma ainda que a decisão dos policiais vem como “protesto pela intransigência do governo Rollemberg em avançar as negociações salariais com o governo que se nega a apresentar proposta de recomposição das perdas que já chegam a 50% dos salários”.
Uma nova assembleia, também com indicativo de greve, acontecerá na próxima segunda-feira (26), 14h30, na Praça do Buriti.
Onda de greves
Também nesta terça, servidores do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) decidiram, em assembleia, realizar duas paralisações na próxima semana. A possível onda de greves se fortalece com a ameaça de outras categorias, como assistentes sociais, agentes socioeducativos, Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Servidores da Novacap e DER farão assembleia na quinta (22).
Em nota, a Secretaria da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais informou que tem mantido diálogo constante com as categorias. Para isso, ainda de acordo com a pasta, conta com 32 mesas permanentes de negociação, que mantêm encontros periódicos com diversos sindicatos, sob condução da Subsecretaria de Relações do Trabalho e do Terceiro Setor da Casa Civil.
Policiais civis do DF fazem greve de 72 horas a partir desta quarta (21)
As principais reivindicação são a recomposição das perdas inflacionárias e a paridade do reajuste da categoria com a Polícia Federal.