Durante uma conversa descontraída em seu gabinete o Deputado Distrital Reginaldo Sardinha (Avante) concedeu uma entrevista exclusiva para o Jornalista e Blogueiro Aderivaldo Cardoso. Sardinha falou sobre o início de sua carreira e suas principais bandeiras, dentre elas, a educação. O parlamentar de primeiro mandato já destinou emendas parlamentares para 60 escolas e para o ano que vem sua pretensão é ajudar 117 escolas públicas.
PI – Como é que foi seu início na carreira política, e de onde o Sr. começou, como é que foi a sua história?
Sardinha – Minha vida toda sempre foi pautada pelo trabalho, eu fiquei no sistema prisional durante dezessete anos, lá eu ocupei todos os cargos possíveis, até chegar à direção do presídio, sou Agente Policial de Custódia, da carreira da Polícia Civil do DF, fui o primeiro da minha turma a ocupar o cargo de diretor. Posso dizer que o meu “tino” para política se deu em 2010. Eu tinha um padrinho político, sempre ajudei ele politicamente, mas nunca tive nenhum ganho político em relação ao mandato dele, e em algum momento acabei tomando uma “rasteira” e fui parar no “corredor”, fiquei lá por uns dois anos, quem é da segurança pública sabe que “corredor” é ficar sem função.
PI – Como foi ficar no Corredor esse tempo todo?
Sardinha – Corredor é aquele cara leproso que ninguém quer chegar perto com medo de ir para o corredor também. Chateado com a situação resolvi sair candidato e tive uma surpresa, eu achei que ia ter uns 200 votos, eu tive 2.217 votos naquela época. Totalmente sem recurso, o que me salvou, mas também me endividou foi um empréstimo no BRB, mas quem foi atrás da dívida fui eu, não posso culpar o banco. Gostei de fazer campanha, afinal sempre gostei de participar dos movimentos políticos. Fui Chefe de gabinete no Cruzeiro, depois Administrador do Cruzeiro, Sudoeste e Octogonal.
PI – E depois?
Sardinha – Ali me deu uma visão do que era o Poder Executivo fora dos presídios. Porque quando eu estava no presídio eu chegava por volta de sete horas da manhã e saia de lá umas dezenove horas da noite, praticamente era mais preso do que solto, então ficamos muito limitados. Quando fui para a Administração percebi que o Poder Executivo é muito grande e que um político pode fazer muito pela cidade que ele trabalha, ainda mais quando ele mora no local. Quando falei que iria me candidatar novamente, tomei outra rasteira, desta vez do ex-Governador Rollemberg, que governava a cidade à época, ele foi lá e me tirou da Administração Regional, mas eu havia me tornado administrador porque a comunidade pediu para que eu fosse.
PI – Foi indicado por meio da lista tríplice?
Sardinha- Não foi da lista tríplice, foi por meio de abaixo assinado. Teve um movimento na cidade, nessa época eu era Chefe de gabinete, dizendo que o governador Rollemberg iria entregar a cidade para um político. A comunidade se organizou, foi lá e disse ao governador que ele poderia tirar o administrador, tirar todo mundo, menos o chefe de gabinete. Ele ficou curioso ao ver as lideranças da cidade brigando pela permanência de um Chefe de gabinete. Isso me deu musculatura para assumir a cadeira de Administrador. Por isso sou grato ao governo passado, não posso ser ingrato, por ter ficado nove meses como Administrador Regional. Foi lá onde pude mostrar um pouco do meu trabalho, esse serviço fez com que o cruzeiro elegesse pela segunda vez um deputado.
PI – Sua maior votação foi no Cruzeiro?
Sardinha- Minha maior votação foi no Cruzeiro, 40% dos meus votos vem da cidade onde eu resido. Mais uma vez sai para uma campanha praticamente sem recurso financeiro e cheguei. Minha trajetória política foi essa, fico muito feliz de poder representar não somente aquela região “metropolitana” que é o Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal e o Plano Piloto, mas todo o Distrito Federal.
PI – Quais são as suas principais Bandeiras?
Sardinha – Eu elenquei minhas principais bandeiras, a principal delas é a educação, apesar de ser muito ligado a segurança pública. Porque eu entendo que a importância da educação. Fui de escola pública minha vida inteira, vejo hoje que nossos mestres estão doentes e como a escola pública está desvalorizada. E o mínimo que eu posso fazer é retribuir. Esse ano eu ajudei 60 escolas por meio de emendas parlamentares e no próximo ano eu já fechei com 117 escolas, praticamente metade das minhas emendas parlamentares vão para a escola pública, em especial para reforma e manutenção das escolas em todo o Distrito Federal.
PI – Perfeito, tem alguma emenda para as Escolas de Gestão Compartilhada?
Sardinha – Por incrível que pareça não tem, mas a gente está falando de um universo de 750 escolas, e já ajudei 117, eu não consegui chegar em nenhuma escola compartilhada ainda, eu cheguei perto da Cidade Estrutural, lá tem uma escola compartilhada, mas a creche ao lado foi que me chamou.
PI – Qual o critério para ajudar essas escolas?
Sardinha – Como é que eu atendi esses colégios? Eu não escolhi, me pediram e eu fui lá, fui atrás de cada escola verificar a necessidade, fiscalizar, e eu vou pessoalmente nas escolas, eu que olho, eu que vejo o que precisa ser feito. E eu me lembro de cada diretor, de cada escola, eu sei de cada dificuldade.