A centro-esquerda não encontrou um ponto de convergência na batalha pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O PDT aposta no presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Joe Valle. Mas o parlamentar ainda não consegue fincar os alicerces de uma coligação competitiva. E com o afastamento de Jofran Frejat (PR), o projeto de uma terceira via está dividido. Parte dos aliados, defende uma chapa menor e mais alinhada ideologicamente, enquanto outros sugerem a aproximação com o PTB e a nova Frente Cristã.
O movimento de aproximação nacional do PSB para apoiar a pré-candidatura de Ciro Gomes ao Palácio do Planalto levantou no ar a possibilidade de um eventual acordo entre os partidos para apoiar a reeleição do governador Rodrigo Rollemberg. Tudo não passa de poeira, segundo o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. “Vemos tudo isso com tranquilidade. Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Joe é o nosso candidato e tem que trabalhar para se viabilizar”, explica.
O senador Cristovam Buarque (PPS) não abandona o projeto de uma ampla coligação de múltíplas posições ideológicas. “A união de azuis com vermelhos para a criação da cor do futuro. O grupo azul, especialmente o Frejat, está se afastando. Eles caminham para formar um bloco próprio”, conta. O parlamentar observa Frejat próximo de Tadeu Filippelli (PMDB), Alberto Fraga (DEM) e Paulo Octávio (PP).
“Joe Valle, Wanderley Tavares (PRB), Alírio Neto (PTB), Izalci Lucas (PSDB), Rogério Rosso (PSD) e eu ainda podemos formar a cor do futuro. As portas ainda estão abertas para Frejat, mas vejo possiblidade de formarmos uma aliança”, pondera Buarque. Nesta linha, o candidato a governador seria Joe, Alírio ou um dos nomes da Frente Cristã, Wanderley ou Izalci.
Em conversas reservadas, personagens da centro-esquerda preferem uma terceira via mais coesa neste campo político, tendo PDT, PPS, Rede, PV e PPL. Seria uma chapa com menor tempo de televisão, mas livre de questionamentos quanto à coerência política da composição. Neste campo, os nomes para GDF seriam Joe Valle ou do deputado distrital Chico Leite (Rede), cujo projeto no momento é a eleição para o Senado Federal.
PSB tenta reunir aliados
Indefinição e fragilidade na composição de alianças também estão presentes no projeto de reeleição de Rollemberg. Para membros do PSB, o governo tem condições de ir para o segundo turno, mas ainda não conseguiu recuperar antigos aliados. E neste vácuo, partidos de menor porte flertam com a possibilidade de candidaturas com órbitas próprias, sem dependência do PSB ou do PDT.
Aliado de primeira hora de Rollemberg, o secretário de Cidades, Marcos Dantas, considera que, no conjunto, o governo está acertando a mão para recuperar a aprovação popular antes das urnas de outubro. A queda do viaduto de Brasília e o descarrilhamento do Metrô foram péssimos, mas, na leitura de Dantas, estariam sendo superados.
“Temos ainda muito tempo para a eleição. Muita coisa vai acontecer. Gostaríamos de contar de novo com os antigos parceiros”, comenta. Contudo, os acenos do Buriti, especialmente para as direções nacionais dos partidos, não têm surtido efeito no patamar brasiliense.
Segundo o presidente regional do PV, Eduardo Brandão, as campanhas proporcionais ficarão mais definidas a partir de 7 abril, prazo limite para as filiações partidárias, mas o cenário político majoritário só deverá clarear em junho.
Na semana passada, PV, Rede, PCdoB e PPL começaram a conversar sobre uma eventual candidatura alternativa. “Nenhum dos nomes apresentados está emplogando a população. Por que teríamos que orbitar nestes partidos, entre Rollemberg, Joe e Frejat?”, questiona Brandão.
Enquanto isso, o PT continua isolado, em busca de um nome para disputar e o PSol prepara voo solo com a pré-candidatura da professora Maria de Fátima.
Fonte: Portal de Brasília
Eleições 2018: Esquerda deve chegar dividida à disputa do Buriti
Mesmo assim, ainda existem esforço para atrair grupo de Frejat para uma chapa única da oposição moderada