Há menos de dois meses no cargo, o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, é o primeiro general da ativa que largou sua posição no alto comando para tomar assento no coração do poder civil e com duas missões tão difíceis quanto aquela que ocupou em sua vasta carreira militar: comandar a comunicação e a articulação política do governo Bolsonaro.
O Jornal Correio Braziliense trouxe uma entrevista longa, mas esclarecedora com o General (sic), digo Ministro, como ele gosta de ser chamado, já que divide bem atribuições técnicas de atribuições políticas. Vale a pena ler a matéria completa. (clique aqui)
“Eu não esperava ser ministro, mas, ao longo da minha vida, principalmente depois de ser general, sem eu perceber, estava sendo preparado talvez para essa função”, afirma.
Ramos já foi adido militar em Israel, no governo Lula, foi observador na Iugoslávia, onde contava corpos e tiros disparados. Agora, na guerra diária da política e da comunicação, sua missão é pacificadora. Os deputados têm elogiado. Há quem diga que agora existe um canal direto com o Planalto. E tem uma amizade com o presidente Bolsonaro que lhe permite dar conselhos que outros não ousariam.
Porém, ele sabe exatamente onde pisa na relação presidencial: “O presidente não é tutelado. Se chegar pro presidente e disser: ‘O senhor vai fazer isso’, esquece. Ele não vai fazer. Acho que, brincando, só a dona Michelle. (…) E, sinceramente, com todo o respeito: prefiro uma pessoa que fale o que pensa, mesmo que às vezes, entre aspas, saiam algumas besteiras no meio do que quem fala uma coisa e faz outra”.
Quanto ao Exército, ele é direto:
“Queimei caravelas. O governo não é do Exército. E tem que dar certo”.
Informações do Jornal Correio Braziliense