Após ter sido chamado de traidor por policiais em protesto na Câmara dos Deputados, o presidente Jair Bolsonaro pressiona o relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB), a fazer alterações no texto do projeto para beneficiar a categoria.
De acordo com fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, Bolsonaro ligou para diversos líderes partidários na tarde de hoje solicitando as mudanças. Segundo essas fontes, a pressão dos parlamentares teria levado o relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), a ceder nesse ponto, colocando uma idade menor para que policiais se aposentem. Pelo acordo, os policiais homens vão se aposentar aos 53 anos, enquanto as policiais mulheres irão se aposentar aos 52 anos.
A expectativa é de que a Comissão Especial da Previdência abra sessão ainda na noite desta quarta-feira. Além da votação de requerimentos, fontes afirmam que há acordo para a votação do novo relatório que será reapresentado por Moreira. Já os destaques ao texto principal seriam apreciados na próxima quinta-feira, 4.
Atendendo a pedidos dos líderes partidários, o relator teria retirado todas as menções a Estados e municípios do texto. O voto complementar lido ontem por ele autorizava os entes a cobrarem contribuições extraordinárias dos servidores.
Durante a tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), esteve reunido com uma série de líderes partidários em sua residência oficial, em Brasília e, no fim da tarde desta quarta deixou o local a caminho da Câmara.
A questão da aposentadoria dos policiais era um dos pontos que estavam dificultando um acordo para a votação da reforma da Previdência na Comissão Especial.
Informações do Jornal O Estado de São Paulo/Estadão.