O futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse hoje (14) que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva o orientou a reconstruir pontes com países desenvolvidos como Estados Unidos e China, e que a relação com esses países deverá ser “equilibrada e soberana”.
Vieira também confirmou que Lula fará visitas oficiais aos EUA e à China já no início de seu mandato, “brevemente, nos primeiros três meses”, previu o chanceler, na primeira entrevista coletiva à imprensa brasileira desde que seu nome foi confirmado pelo presidente eleito, na última sexta-feira (9).
“Queremos com esses países ter uma relação intensa, produtiva, mas uma relação equilibrada, soberana, e desenvolver, dentro do interesse nacional, todas as possibilidade de cooperação e troca em todos os sentidos com esses países”, disse Vieira.
Ele também mencionou a União Europeia (UE), com quem prometeu retomar as negociações de um acordo comercial com o Mercosul. “Creio que há um horizonte melhor, tendo em vista a política para o meio ambiente já anunciada pelo presidente Lula, que pode destravar uma série de dificuldades”, avaliou Vieira.
Ele e Lula tiveram ontem (13) uma primeira reunião de trabalho desde que o embaixador, que estava na Croácia, foi indicado como novo chanceler. Segundo Vieira, o presidente eleito destacou os laços com os vizinhos de América do Sul e Latina como prioridade, bem como a cooperação com países da África.
Vieira disse que a orientação de Lula foi adotar “uma politica de reconstruir pontes, em primeiro lugar com nossos vizinhos sulamericanos, restabelecendo todos os mecanismos de contato e negociação, e em seguida, em nosso ambiente próximo, a América Latina em geral”.
“Ele [Lula] também orientou que eu retomasse todos os programas de cooperação com a África, [para] voltar a ter relações intensas com solidariedade e com coordenação”, acrescentou o chanceler.
Vieira anunciou ainda a diplomata Maria Laura Rocha como secretária-geral do Itamaraty, a número dois da pasta, e o ministro Ricardo Monteiro como chefe de gabinete.
O futuro chanceler reforçou ainda que, como já adiantado por Lula, o Brasil irá se candidatar pra sediar a próxima Conferência entre as Partes sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP-30), a ser realizada em 2025.