O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) comprou 66 veículos de alto padrão para a realização de serviços administrativos e de vistorias. A despesa total ficou em R$ 5.075.400. O modelo adquirido foi o Chevrolet Cruze sedan 1.4 flex, com bancos de couro e ar-condicionado, carro que tem 153 cavalos de potência.
Em duas lojas representantes da montadora em Brasília, unidades semelhantes saem a R$ 93.990. Contudo, segundo o comandante-geral da corporação, coronel Carlos Emilson, disse ao Metrópoles, o CBMDF conseguiu desconto de, aproximadamente, 30% em relação ao valor de mercado, e cada um custou cerca de R$ 76,9 mil.
Ainda de acordo com o militar, os automóveis vão substituir a atual frota, composta por três veículos de 2003, 16 de 2006, oito de 2008, 36 de 2009 e três de 2010 – totalizando 66 viaturas.
“Temos uma frota administrativa de mais de 10 anos. No nosso plano interno, esses carros só poderiam rodar por sete anos e, por isso, passam frequentemente por manutenção. Os carros adquiridos serão usados por serviços administrativos e vistorias de prédios, entre outras atividades finalísticas. Não podemos comprar carros de luxo, por lei. Nós aderimos a uma ata nacional, por isso o valor teve um deságio grande, de quase 30%, preço de um carro médio”, explicou o comandante do Corpo de Bombeiros.
Os veículos antigos estão em processo de alienação, segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros. Ao todo, 41 carros já estão fora de circulação e há outros 25 a caminho da “aposentadoria”.
A opção pelo modelo, na visão da corporação, se deve à “economicidade apresentada pela aquisição de veículo tipo sedan médio, com porta-malas de 440 litros”.
A “adesão foi pela modalidade Ata de Registro de Preço, posto que o pregão do Ministério da Justiça reduziu sobremaneira o valor do veículo, em função da economia de escala, sendo que a aquisição de cada veículo ficou abaixo do preço de mercado, conforme tabela Fipe, o que representou uma economia para o Estado de R$ 1.235.784,00, ou seja, de aproximadamente 20% em relação ao valor global da aquisição”, disse a corporação por meio de nota.
De acordo com o coronel Carlos Emilson, os veículos foram comprados na cor branca – opções metálicas são mais caras – e serão adesivados, a exemplo do que foi feito com as novas ambulâncias do CBMDF. Depois, serão instalados os equipamentos de serviço, como as sirenes e rádios.
Consumo
Segundo especialistas, o veículo com motor 1.4 consome em média 11,8 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada, enquanto veículos 1.0 – como o Volkswagen UP – fazem em média 14 km/l na zona urbana e 16,3 km/l em rodovias. Apesar de os modelos 1.0 acarretarem maior economia aos cofres públicos nos gastos com combustível, para o professor de direito administrativo e financeiro Rui Magalhães Piscitelli, “Não há obrigatoriedade de aquisição, mesmo para o uso em serviço, de modelo econômico, senão uma preferência”.
“O que vai ditar a especificação do bem são as peculiaridades e necessidades do órgão, fixados no termo de referência do edital de licitação. Os critérios de especificação devem atender à moralidade, mas não necessariamente devem ser os de bens os mais simples”, explica o economista.
Informações do Portal Metrópoles