NÚCLEO BANDEIRANTE// Megaoperação prende 32 pessoas no DF por envolvimento com o tráfico

Armas, porções de entorpecentes e cerca de R$ 60 mil são apreendidos em força-tarefa realizada nesta quinta-feira (17/10) pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e pela Polícia Civil

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em 57 endereços de seis cidades do Distrito Federal e de três municípios de Goiás

Uma força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (17/10) 32 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. Oito prisões foram realizadas em flagrante. A Operação Dominó, considerada a maior do ano na capital, envolveu cerca de 400 policiais civis, cães farejadores e duas aeronaves. Foram expedidos pela Justiça 41 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão contra suspeitos de integrar associações criminosas na capital.

As investigações se iniciaram em março de 2019 na 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), com a prisão de dois homens por tráfico. O celular de um deles revelou informações sobre um esquema de venda de drogas praticado em todo o Distrito Federal e parte do Entorno. “Cada vez mais que descobríamos novas células, a área (de foco da Operação) ia se expandindo”, detalhou o delegado-chefe da unidade policial, Rafael Bernardino. Daí o nome da iniciativa, que remete ao efeito dominó, em cascata, da descoberta do esquema por meio do aparelho apreendido.

A atuação em rede dos envolvidos no esquema de tráfico chamou a atenção dos investigadores. “É uma fórmula nova de realização. O que visualizamos foi uma ideia de mercado com grandes fornecedores. Detectamos atacadistas que pegavam volumes maiores de droga e passavam para varejistas, e eles distribuíam para os usuários”, ressaltou Luiz Humberto de Oliveira, promotor da 2ª Promotoria de Justiça de Entorpecentes.

Segundo ele, mais de cinco associações, além de pessoas com atuação independente, faziam parte do esquema. Alguns grupos tinham lideranças definidas. “Vimos uma coisa nova, um modelo de empresa colaborativa em uma das associações. Os associados entre si se auxiliam na venda de drogas. Igual mercado colaborativo, cada um tem um papel, mas se juntam para vender drogas”, disse.

Os investigadores constataram, ainda, a participação de menores de 18 anos na cadeia de vendas. “Algumas associações utilizavam adolescentes para a venda de drogas. Isso é comum, porque a legislação acaba sendo considerada mais branda para essas pessoas”, acrescentou o promotor.

A polícia cumpriu os mandados em 57 endereços nas cidades de Recanto das Emas, Samambaia, Ceilândia, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Park Way, além de Cidade Ocidental, Valparaíso e Formosa, em Goiás. Além dos 32 presos, foram apreendidos sete armas de diferentes calibres; porções de drogas, como maconha e cocaína; e cerca de R$ 60 mil. O material recolhido passará por perícia, e os detidos seguiram para o Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Recorde

Segundo Jeferson Lisboa, diretor do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), o tráfico abre caminho para a prática de outras ações ilícitas; por isso, o tamanho da ação. “Graças a esse formato conjunto de operação que conseguimos tantos alvos presos. Além disso, focando no tráfico de drogas, temos a tendência de redução de outros crimes”, destacou. Segundo ele, até agora, o DPC registrava 1.141 presos por tráfico de drogas. “Batemos o recorde de todos os outros anos. É um índice altíssimo de prisão. O que aumentou não foi o tráfico, mas o índice de combate a ele”, enfatizou.

As investigações chegaram até ligações do esquema com facções criminosas do DF, mas as autoridades não entraram em detalhes para não atrapalhar a continuidade da operação. Além de policiais do DPC e da DPE, participaram da ação policiais da Divisão de Operações Especiais (DOE) e da Divisão de Operações Aéreas (DOA).

Informações do Jornal Correio Braziliense