Vale a pena ler a Matéria do Portal Metrópoles, de Mirelle Pinheiro e Carlos Carone, intitulada: “Chegada de Líderes do PCC fortalece facção no DF e Alerta autoridades”.Lá os leitores poderão ver as Operações da PCDF que tiveram o PCC como alvo no Distrito Federal.
Não é de hoje que o tema é uma preocupação para as autoridades do Distrito Federal e merece toda a atenção possível. A vinda de líderes de São Paulo para a Capital do Brasil e uma possível ramificação da célula criminosa no DF não é algo descartável.
Os líderes não ficam sozinhos. Trazem um suporte todas as vezes que são transferidos, seja de familiares, comparsas ou advogados. O objetivo deles é montar um exército. Recrutam jovens e adultos das mais variadas classes, oferecem supostas vantagens e tentam expandir as atividades para diversas regiões do país. Brasília sempre esteve nos planos por ser a sede do poder” – delegado Adriano Valente, da Cecor
Ao transferir presos do PCC para todo o Brasil as autoridades apenas estão facilitando o trabalho de disseminação das facções, que antes eram apenas regionais. Basta ver a história do PCC em Brasília.
Organização
Segundo as investigações policiais, a história do PCC em Brasília começou em 5 de março de 2001, após o chefe máximo da organização desembarcar no DF. Depois de peregrinar por diversos presídios do país, Marcos Herbas Camacho, o “Marcola”, foi recolhido ao Centro de Internação e Reeducação (CIR). Apesar da estadia ter sido curta – ficou preso até 8 de fevereiro de 2002 –, ele deixou marcas profundas tanto na mentalidade da massa carcerária quanto na segurança pública candanga.
No curto período em que esteve na Papuda, Marcola criou um braço do PCC chamado pelos criminosos de Partido Liberdade e Direito (PLD). Investigadores identificaram que a facção havia sido criada nos mesmo moldes da organização paulista, inclusive em relação às regras contidas em seu estatuto.
A facção definiu uma série de terminologias para facilitar a comunicação dentro da Papuda. As ordens da cúpula eram transmitidas de dentro dos presídios pelos “torres”, criminosos responsáveis pelo repasse de informações aos “pilotos”, presidiários escolhidos para coordenar os integrantes do PCC que estavam atrás das grades.
Os levantamentos feitos pela polícia mapearam que o organograma do PCC seria rígido e semelhante a uma estrutura militar, com níveis de comando hierarquizados, divididos em escalões de acordo com o poder exercido pelos membros e suas respectivas funções. A organização criminosa ainda construiu uma rede de colaboradores, formada por advogados, familiares, namoradas e visitantes.
Conduzidas pelo regimento da organização, essas pessoas são responsáveis pela articulação dos interesses dos detentos fora dos presídios, dando suporte jurídico, psicológico e, principalmente, financeiro, inclusive com o gerenciamento de contas bancárias alimentadas com dinheiro faturado em ações criminosas. Sobre as contas bancárias ligadas ao PCC, as investigações apontam que apenas 20% delas estariam relacionadas a movimentações financeiras de alto valor, acima de R$ 100 mil. O restante seria feito por meio de pequenos depósitos.
Além das contas administradas pelos colaboradores da facção, grande parte dos recursos do PCC estaria ligada a empresas de fachada, como pequenas redes de supermercados, negócios imobiliários, restaurantes, agências de automóveis e até cooperativas de transporte de São Paulo.
Com informações do Portal Metrópoles.