A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Anápolis, concluiu, na manhã desta terça-feira ( 01/12), as investigações do inquérito que apura a morte do jovem Murilo Ramos de Souza, 25 anos.
O Caso
Murilo era morador da cidade de Itapuranga e desapareceu na noite de 26 de setembro deste ano. Ele teria saído de casa conduzindo um automóvel Hyundai Ix-35, dizendo a pessoas próximas que se encontraria com uma menina na cidade vizinha de Ceres.
Horas depois, durante a madrugada do dia 27, quatro suspeitos foram mortos num confronto com a Polícia Militar na cidade de Anápolis, estando os suspeitos na posse do veículo Hyundai Ix-35 de Murilo.
O estudante permaneceu desaparecido por mais de uma semana, sendo seu corpo encontrado na manhã do dia 08 de outubro de 2020, numa propriedade rural situada às margens da Rodovia GO-530, que liga a cidade de Anápolis ao distrito de Joanápolis. Laudos apontaram traumatismo craniano como causa da morte, provocada por ação contundente.
Circunstâncias do crime
O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Itaberaí , as Delegacias de Polícia de Ceres e Itapuranga, bem como o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da cidade de Anápolis, se uniram numa força-tarefa para investigar as circunstâncias em que se deu a morte de Murilo.
Conforme apurado, Murilo deixou sua residência por volta das 21h, em Itapuranga, e se dirigiu a um bar, onde chegou sozinho. Cerca de uma hora depois, Murilo vai até a cidade de Ceres e se dirige à localidade conhecida como “mirante”, tendo levado cerca de 15 minutos para deixar o local.
Testemunhas ouvidas no inquérito afirmam que viram Murilo chegado ao Mirante, desembarcando do veículo e conversando com quatro indivíduos, tendo embarcado novamente no veículo na companhia de todos eles.
Por volta de 00h:50 min, do dia 27/09/2020,imagens de câmeras de monitoramento da de um estabelecimento comercial capturaram o Ix-35 chegando na cidade de Anápolis, na altura do km 428, da BR-153.
Por volta de 01h16min, o automóvel com Murilo e os 04 suspeitos que o acompanhavam passam pela Rodovia GO-530, sentido distrito de Joanápolis. Câmeras de segurança de uma casa de rações flagram a passagem, sendo possível observar que, dez minutos depois, o veículo retorna. As câmeras ficam cerca de 2 km do local onde o corpo do jovem Murilo foi desovado.
Após terem desovado o corpo da vítima, os quatro jovens, armados, se dirigiram para uma casa no Setor Granville, Anápolis, também próximo, local onde, segundo as investigações, entregariam o veículo Ix-35. Lá, depararam-se com equipes da Polícia Militar, tendo havido confronto e a morte dos quatro suspeitos.
As investigações
Após realização de várias diligências, oitiva de diversas testemunhas e operacionalização de medidas cautelares autorizadas pela Justiça, a Polícia Civil conseguiu chegar ao autor intelectual do crime de latrocínio praticado contra Murilo. Trata-se de Victor Hugo de Sousa Pereira, vulgo “Sonic”, 21 anos. Foi apurado que Victor Hugo foi o idealizador do crime, quem teria arregimentado os quatro suspeitos mortos no confronto para a prática do roubo contra Murilo e quem viabilizou a casa situada na Rua dos Crisântemos, Setor Granville, como sendo o local onde o veículo Ix-35 seria guardado após a ação.
As conversas constantes de diversos celulares apreendidos demonstram que Victor Hugo tinha o total controle da situação, domínio do fato e, a todo instante recebia informações sobre o andamento do crime e dos percalços ocorridos em meio à empreitada criminosa, tal como o furo de um pneu do veículo ocorrido nas proximidades da cidade de Jaraguá. Numa mensagem de áudio, Victor demonstra sua ira ao saber da morte de seus quatro comparsas e diz que “isso não ficaria assim”.
O GIH de Anápolis representou à Justiça pela decretação da prisão temporária de Victor Hugo dias após o desaparecimento de Murilo, sendo a cautelar decretada pelo Poder Judiciário e cumprida pelo GIH. Victor foi capturado em sua residência, no Setor Calixtópolis, no dia 02 de outubro último, e não ofereceu resistência à prisão. Desde então, sua prisão vinha sendo mantida em sigilo para não prejudicar as investigações.
Ele, que já ostenta passagens policiais por roubo e porte ilegal de arma de fogo, foi indiciado pela prática de latrocínio, cuja pena pode chegar até 30 anos de prisão. Na manhã de hoje (01), sua prisão temporária foi convertida em prisão preventiva. Victor Hugo se encontra recolhido na Unidade Prisional local, à disposição da Justiça.
A divulgação da imagem e identificação do preso foi precedida nos termos da Lei n.º 13.869, Portaria n.º 02/2020 – PC, Despacho do Delegado Titular desta unidade, especialmente porque visa a identificação de eventuais outros crimes cometidos pelo suspeito.