A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrou, nesta quinta-feira (16), a Operação Parasitas, que investigou o desvio de recursos públicos da área da saúde no ano de 2020, durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, Covid-19.
Na ação, que contou com o emprego de 123 policiais civis, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, sendo 21 em Goiânia e dois no estado de São Paulo, em Buritizal e Ituverava. Além disso, foram sequestrados valores e apreendidos bens dos investigados no montante de R$ 6 milhões, que serão destinados à reparação dos danos causados ao erário.
As investigações revelaram indícios de esquema criminoso instalado em organização social, que teria resultado no desvio de cerca de R$ 6 milhões destinados a compra de materiais e insumos hospitalares destinados principalmente ao combate da pandemia. Em manobra de direcionamento de contratos, empresas de fachada registradas em nomes de laranjas foram contratadas em regime de urgência. Todavia, após o pagamento das despesas, parte do dinheiro teria retornado a pessoas intimamente ligadas aos gestores da OS, em esquema de lavagem de dinheiro.
As investigações ainda revelaram indícios de emissão de notas fiscais falsas pelas empresas de fachada para justificar o recebimento de recursos públicos, assim como que em alguns casos os materiais contratados não teriam sido entregues, ou foram entregues em menores quantidades ou com qualidade reduzida.
Segundo o delegado Francisco Lipari, coordenador da operação, os hospitais de Goiás não são mais administrados pela organização social investigada, em virtude de revogação dos respectivos contratos de gestão.
Os crimes investigados são de Constituição de Organização Criminosa (Lei 12.850/13, art. 2º), Falsidade Ideológica (CP, art. 299), Peculato (CP, art. 312) e de Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/98, art. 1º). As investigações tramitam na 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem de Dinheiro de Goiânia.