A Polícia Civil do Estado do Maranhão, em parceria com a Polícia Civil de Rondônia, realizou nesta sexta-feira (5) uma super operação na cidade de Porto Velho, no Estado de Rondônia (RO), a respeito de um suposto esquema de venda de entorpecentes que envolvia uma empresa em São Luís (MA). Os suspeitos envolvidos na operação teriam ligação com grupos criminosos do tráfico internacional de drogas.

A super operação policial resultou no cumprimento de medidas cautelares com bloqueio de bens na ordem de até R$ 400 milhões, incluindo 12 veículos e 3 embarcações, pertencentes ao grupo suspeito de criar empresas de fachada para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

A operação foi realizada pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO/SEIC), integrante da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP/MA), com o apoio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), de Rondônia. O resultado do esforço conjunto, empreendido na manhã desta sexta-feira (5), foram 36 medidas cautelares, constante de mandados de busca e apreensão e medidas constritivas de patrimônio.

O nome da operação é Mad Maria, assim chamada em alusão à Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, ligação ferroviária entre o Brasil à Bolívia, uma das rotas do tráfico internacional de drogas.

“A operação Mad Maria, estruturada a partir de investigação iniciada em São Luís contra grupo envolvido com narcotráfico e outros crimes, buscou identificar e bloquear bens móveis e imóveis, assim como ativos financeiros em contas bancárias a partir da descoberta de pessoas físicas e jurídicas que atuam como laranjas permitindo assim a circulação do dinheiro ilícito obtido com delitos variados. A Seic, por meio do seu Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO), realiza de forma permanente esse tipo de investigação envolvendo facções e organizações criminosas no Maranhão, produzindo resultados positivos para o combate à este tipo de crime não apenas âmbito estadual, mas dentro e fora do país”, ressaltou o delegado Augusto Barros, Superintende Estadual de Investigações Criminais (Seinc).

Investigação

A ação é resultado da investigação policial contida no Inquérito Policial de nº 09/2023-DCCO/SEIC, à qual apurou-se que uma empresa (cuja identificação ainda não foi divulgada pelas autoridades policiais que conduzem as ações) com sede em Porto Velho (RO) recebia recursos oriundos da venda de entorpecentes realizada em São Luís (MA).

Além disso, segundo informações da Polícia, o sócio proprietário desta empresa movimentava, por meio de empreendimentos de fachada e de interpostas pessoas, recursos financeiros incompatíveis com a capacidade econômica das firmas e de seus rendimentos, valores estes que somados alcançaram, em um ano,  a importância de R$ 187.581.494,00 (cento e oitenta e sete milhões, quinhentos e oitenta e um mil, quatrocentos e noventa e quatro reais).

Nota-se, contudo, que nesta ação policial foi dado cumprimento à mandado judicial que decretou bloqueio de valores superiores a R$ 400 milhões, bem como o sequestro de 12 (doze) veículos e 3 (três) embarcações.

Os suspeitos detidos na operação foram indiciados pelos crimes de Associação para o Tráfico de Drogas e Lavagem de Capitais, previstos, respectivamente, no artigo 35 da lei nº 11.343/2006, e no artigo 1º da Lei nº 9.613/98.

A ação contou com o apoio logístico e operacional da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, através do Projeto M.O.S.A.I.C.O., viabilizando o trabalho integrado entre as Polícias Civis dos Estados do Maranhão e Rondônia no enfrentamento ao crime organizado.

Projeto M.O.S.A.I.C.O.

O projeto é desenvolvido pela Secretaria de Operações Integradas, por meio da Coordenação-Geral de Combate ao Crime Organizado (CCGO/Seopi), para auxiliar investigações policiais em todas as unidades da Federação.

Sob o acrônimo: Modernização (M), Operações (O), Segurança Pública (S), Autonomia (A), Integração (I), Combate (C), Organizações criminosas (O), o projeto foi concebido para auxiliar as Polícias Civis e Federal na desarticulação das chamadas ORCRIMS (organizações criminosas).

O projeto possui três eixos de atuação: operações, capacitações e aquisições para fomentar as investigações patrimoniais, a recuperação de ativos e a atuação em rede.