Com o tempo, a experiência policial vai nos mostrando que morrem mais policiais durante a folga do que em ato de serviço. Os problemas diários em nossa família, são determinantes em nossa vida.
Quando fazíamos visitas noturnas, com os Centuriões da Fé, por diversas vezes nos deparamos com companheiros a ponto de cometerem suicídio. Quem pensa em cometer um ato como esse não quer desistir da vida, como muitos pensam. Quer apenas livrar-se da DOR que domina seu ser.
Hoje quero relatar de maneira simples o drama vivido por nossa colega no Setor O. Não há dor que dure para sempre. Todo sofrimento tem fim, por maior que ele seja. Um dia já senti uma dor semelhante a dela. E já pensei em fazer o que ela fez, mas sozinho, longe dos holofotes. Quem faz o que ela fez não quer morrer, quer apenas livrar-se da grande DOR que a consome.
Somos resultado de nossos relacionamentos, de nossas perdas, de nossas frustrações. Devemos aprender a lidar com tudo, buscando o equilíbrio e controle emocional. Não é fácil, mas é necessário.
Aos amigos que sofrem do mesmo drama (fim de relacionamento) aconselho a busca por um profissional. Sugiro a Psicanálise. Temos bons profissionais nessa área. A análise me trouxe grande crescimento, me deu equilibrio e sabedoria. Fez-me reeditar minha “programação” e reconstruir minha história. Não é vergonha para ninguém reconhecer suas fraquezas e limitações. Somos falhos, somos humanos!
Que o grande SER que nos governa possa protegê-la nessa hora. Que Ele possa nos guiar a cada dia! Deus é o melhor remédio nessa área.
Aproveito para divulgar dois textos. Um da minha amiga IRENE OLIVEIRA, do jornal TRIBUNA DO BRASIL e o texto do BLOG DO CORONEL FONSECA, que abordaram o tema de forma muito pertinente. Sugiro sua leitura!
08/04/2010
Polícia, o estresse da profissão
Índice de policiais separados é alto e 20% da classe tem problemas de saúde

Irene Oliveira
Uma policial militar tentou tirar a própria vida na manhã de ontem no Setor O de Ceilândia. Transtornada, a oficial foi até um Posto Comunitário de Segurança (PCS) localizado na QNO 16 e apontou a arma contra a própria cabeça. Um grupo de negociação chegou ao local e depois de quase duas horas de conversa a militar soltou a arma. Ela foi levada para a Policlínica da Polícia Militar (PM) para receber os cuidados médicos necessários. A mulher tem mais de 10 anos na corporação e estava lotada no 8ª Batalhão de Polícia Militar.
Um agente da Polícia Civil matou a esposa e em seguida se suicidou no apartamento onde moravam em Águas Claras. A mesma atitude teve um capitão da PM em Taguatinga. Os dois episódios aconteceram neste ano. Em 1994 um agente de polícia matou um delegado dentro da 2ª DP na Asa Norte e depois se matou. Isso porque havia uma sindicância contra ele, que fixou a ideia de que estava sendo perseguido. Além de fatalidades como estas, policiais também enfrentam problemas como alcoolismo, drogas e depressão.
Casos como estes são frequentes dentro do meio policial. O secretário de Segurança Pública do DF, delegado João Monteiro, explicou que a polícia tem programas específicos de controle dos problemas emocionais dos servidores, mas, ainda assim, a atividade policial é estressante e submete o servidor a grandes pressões psicológicas. “Em torno de 20% dos policiais civis são afastados do trabalho por problemas de saúde dos mais diversos tipos. O índice de policiais separados é altíssimo. Tudo isso é decorrente do stresse da atividade profissional, que por conseqüência proporciona uma qualidade de vida ‘lá em baixo’, sobretudo para os que estão na ponta, raramente vão ao teatro ou cinema, acabam frequentando bares para aliviar o estresse”, explica Monteiro.
Segundo o secretário, muitos policiais vivem a adrenalina própria da profissão e, muitas vezes, encontram uma situação estressante em casa devido à dedicação ao trabalho e ausência familiar, com destaque, segundo Monteiro para os profissionais que estão nos plantões, nos setores de investigação de crimes violentos e no policiamento ostensivo, no caso dos militares. “Passei 20 anos lidando com isso. Conheço essa realidade, muitos se adaptam a ela, envolvem-se e o trabalho se torna um vício, abrem mão da convivência familiar, perdem o referencial de família”, afirma. “A polícia acompanha isso com frequência e proporciona um trabalho de reabilitação”, completa.
O grande diferencial do estresse policial para o de outras profissões, segundo Monteiro é a arma. “Uma pessoa que decide se matar, tem que pensar numa forma de fazer isso. Muitas vezes, leva dias pensando e se dão uma segunda chance. Já o policial tem a arma na mão. Não há chances no momento de desespero”, avalia.
Apesar dos inúmeros problemas de ordem emocional intrínsecas à atividade policial, Monteiro destaca que é possível tratá-los. Muitas vezes, o servidor doente não percebe o problema. As pessoas que estão convivendo com o profissional no dia a dia devem ajudá-lo. “O chefe imediato deve observar sua equipe, mudar de setor, remanejar, se for o caso. Quando era delegado em Planaltina, um agente ficou no trabalho burocrático por alcoolismo, fez terapia se tratou e voltou à atividade de ponta. É possível tratar”, finaliza.
Segundo o capitão da PM, Marcus Antunes, a corporação dispõe do Centro de Assistência Social (CASO), que oferece tratamento psicológico aos servidores com problemas emocionais. Para ele, o estresse interfere até na vida financeira do policial. “Muitos procuram uma válvula de escape na bebida, em jogos, drogas ou até se tornam compulsivos nos gastos. É uma carga emocional muito grande. Somos gerentes de conflito o tempo todo e de forma imparcial. Com isso, quem está na ponta acaba absorvendo a carga emocional da ocorrência. Quanto mais envolto na atividade fim, maior é a carga de estresse”, afirma. Contudo, Antunes destaca que todo policial tem acesso à assistência médica e, muitas vezes, ele não percebe que está com o problema. “É preciso ajudá-lo no processo de reencontro, muitos se matam aos poucos”, conclui.
Fonte: Tribuna do Brasil
Uma pequena parte do texto do Blog do Coronel Fonseca, para ler mais basta clicar.
Policial Militar tenta suicídio
Hoje no Setor O tivemos uma situação de crise angustiante, uma policial militar em momento de fragilidade, e provavelmente muito stress, ameaçou cometer suicídio.
Leitura sugerida do Blog Policiamento Inteligente – A importância do Controle Emocional II