Entidades representativas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Distrito Federal esperaram — durante todo o dia de ontem — o anúncio do governador Ibaneis Rocha sobre o envio da proposta de reajuste salarial das duas categorias ao presidente da República, Jair Bolsonaro. A proposição deveria ter sido encaminhada ontem ao executivo federal, mas, na última hora, o governador e sua equipe econômica decidiram fazer ajustes nas tabelas. Segundo Ibaneis, a proposta será enviada ao Congresso por meio de Medida Provisória, que entra em vigor automaticamente.
“Nós não aceitamos nada que seja menos que os 37% que foram prometidos”, disse o presidente da Associação dos Praças, Policiais e Bombeiros do DF, Manoel Sansão.
Há hoje em Brasília 24 mil policiais militares, incluindo os que estão em atividades e na reserva, e nove mil bombeiros militares. Sansão defende, ainda, a manutenção do auxílio moradia concedido aos PMs há quatro anos, para reduzir a diferença salarial entre a força e a Polícia Civil.
O presidente da Associação lembrou que é preciso que seja cumprida a promessa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que é a equiparação salarial das três forças. O governador, no entanto, já disse que não pretende acabar com o auxílio moradia dos policiais militares. “O objetivo é que os profissionais não sejam prejudicados”, frisou o governador.
Repercussão
A deputada Federal Érika Kokay (PT) disse ser a favor do reajuste dos policiais militares e do Corpo de Bombeiros, embora garanta não ter conhecimento da proposição que chegará ao Congresso Para ser votada. “Acho que todos nós do DF deveríamos saber detalhes do projeto, já que somos nós que vamos tratar das negociações para aprovação da matéria aqui no parlamento”, criticou a parlamentar.
O senador Izalci Lucas (PSDB), coordenador da bancada do DF e um dos articuladores do texto que será enviado ao presidente da República, acredita que será fácil a aprovação da MP. Érika Kokay, no entanto, teme que a proposição perca a validade, já que falta pouco mais de um mês para o recesso parlamentar. Uma medida provisória tem um prazo de 45 dias para ser aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado, caso contrário ela tranca a pauta de votações das duas casas legislativas. Já o senador Reguffe (PODEMOS), também favorável à proposta, acredita que será possível votar a MP ainda este ano.
O senador Izalci disse que foi feito um estudo detalhado do impacto do reajuste nas finanças da União. De acordo com o documento produzido em outubro por associações das categorias e parlamentares, o aumento custará R$ 2 bilhões, e que deverá ser pago em três anos.
Informações do Jornal de Brasília