É, amigos leitores não se trata de um post antigo. Semana passada utilizei esse título para discorrer sobre o colega assassinado a mando da própria esposa. Hoje retorno ao tema…, mas antes quero fazer um breve discurso…
Sempre falo em meus textos sobre aprender a lidar com nossos vazios, medos e frustrações, mas até hoje não aprendi a lidar com isso…
Pela manhã estive no Campo da Esperança (cemitério de Brasília) onde enterramos um amigo de infância. Crescemos juntos, mas trilhamos caminhos diferentes. Ele se entregou a bebida, desistiu de viver…Por diversas vezes o busquei, tentando se matar. Ontem morreu atropelado, o motorista fugiu…
Estou contando essa história para falar de um de meus medos. Todas as vezes que saio para o atendimento de uma ocorrência envolvendo vítimas, fico preocupado em chegar no local e encontrar um amigo. Sei que esse é o medo de muitos e foi o que aconteceu, não comigo, mas com outro policial amigo meu que também era amigo do Maurício. Chegando no local ele teve que agir como em uma ocorrência normal. Ligou para a família e deu a notícia.
Hoje pela manhã esse mesmo policial, no enterro de nosso amigo, me deu a notícia do falecimento de um companheiro de farda: o soldado Gildésio.
O amigo de cima, o Maurício, desistiu de viver, já o Gildésio era pura alegria. Vivia rindo, brincava com tudo…
Assim como o Vinícius, que também era do 3º BPM e faleceu em situação semelhante, era pura felicidade…
Hoje vi muito choro, muita tristeza, mas aprendi muita coisa. O caminho entre a capela e o túmulo me fez refletir bastante sobre minhas escolhas e daqueles que estão a minha volta. Fez-me reconhecer minhas fraquezas e limitações, pois iremos todos para o mesmo lugar…
Percebi o que Salomão queria dizer ao afirmar que é melhor ir a um velório que a um banquete. Lá vemos o fim de todos nesse mundo!!
NOTA DE FALECIMENTO
23/11/2009 11:55:00
É com pesar que a Polícia Militar do Distrito Federal informa o falecimento do soldado Gildesio José dos Santos, matrícula 20593/1, lotado no 9º BPM (Gama).
O policial militar foi vítima de latrocínio na noite deste domingo (22/11) quando assistia a um jogo de futebol num bar na Qd. 05 do Setor Sul do Gama.
Segundo informações preliminares dois homens entraram no bar e um deles sacou uma arma de fogo e efetuou cerca de 11 disparos contra o soldado que ainda teve a arma roubada. Ele foi socorrido ao Hospital Regional do Gama mas não resistiu aos ferimentos.
O policial militar tinha 35 anos e deixa esposa e dois filhos. Informações sobre o sepultamento serão divulgadas posteriormente.
Posteriormente mais informações.
Para reflexão:
Houve uma vez dois amigos
Eles eram inseparáveis, eram uma só alma. Por alguma razão seus caminhos tomaram dois rumos distintos e se separaram.
E ISTO INICIOU ASSIM:
Eu nunca voltei a saber do meu amigo até o dia de ontem, depois de 10 anos, que caminhando pela rua me encontrei com a mãe dele.. A comprimentei e perguntei por meu amigo. Nesse momento seus olhos se encheram de lágrimas e me olhou nos olhos dizendo: morreu ontem… Não soube que dizer, ela seguia me olhando e perguntei como ele tinha morrido.
Ela me convidou a ir a sua casa, ao chegar ali me chamou para sentar na velha sala onde passei grande parte de minha vida, sempre brincávamos ali meu amigo e eu. Me sentei e ela começou a contar-me a triste historia. Faz 2 anos diagnosticaram uma rara enfermidade, e sua cura dependia de receber todo mês uma transfusão de sangue durante 3 meses, mas….Recorda que seu sangue era muito raro, Sim, eu sei, igual ao seu…
Estivemos buscando doadores e por fim encontramos a um senhor mendigo.
Teu amigo, como deves te lembrar, era muito cabeça dura, não quiz receber o sangue do mendigo. Ele dizia que da única pessoa que receberia sangue seria de ti, mas não quiz que te procurásse, ele dizia todas as noites: não o procurem, tenho certeza que amanhã ele virá… Assim passaram os meses, e todas as noites se sentava nessa mesma cadeira onde estás sentado e orava para que te lembrastes dele e viesse na manhã seguinte. Assim acabou sua vida e na última noite de sua vida, estava muito mal, e sorrindo me disse: mãe, eu sei que logo meu amigo virá, pergunta pra ele por que demorou tanto e entrega a ele esse bilhete que está na minha gaveta.
A senhora se levantou, regressou e me entregou o bilhete que dezia:
Meu amigo, sabia que viria, tardaste um pouco mas não importa, o importante é que vieste. Agora estou te esperando em outro lugar espero que demores a chegar aqui, mas enquanto isso quero dizer deste céu tem um amigo cuidando de ti meu querido e melhor amigo. Ah, por certo, te recordas porquê nós nos distanciamos? Sim, foi porque não quiz te emprestar minha bola nova, rsrs, que tempos… éramos insuportáveis, bom pois quero dizer que te dou ela de presente e espero que goste muito. Amo você: teu amigo para sempre
‘Não deixes que teu orgulho possa mais que teu coração…
A amizade é como o mar, se vê o princípio mas não o final’