Nesta quinta-feira, 30 de abril de 2020, policiais militares femininas comemoram os 30 anos de ingresso da mulher na Polícia Militar da Bahia. Hoje, a PMBA conta com 4.606 mulheres, entre oficiais e praças, dentro de um universo de 30 mil policiais militares que integram a corporação militar baiana.

A PMBA admitiu as primeiras policiais militares femininas na Bahia 165 anos após a sua fundação (1825), um marco para uma instituição que era predominantemente masculina. Desde então, as mulheres na PM desempenham funções de comando, operacionais e administrativas, nos 417 municípios baianos.

Atualmente, 374 alcançaram o oficialato, sendo uma tenente coronel, 34 majores, 203 capitãs e 136 tenentes. Já entre as praças são 506 subtenentes, 390 sargentos, 1.847 cabos e 1.474 soldados, além de 15 alunas (11 no Curso de Formação de Soldados e 4 no Curso de Formação de Oficiais).

O historiador e coordenador de Documentação e Memória da Polícia Militar da Bahia, major Raimundo Marins, destaca que o ingresso da mulher na PMBA, em abril de 1990, ocorreu através de edital com a seleção de 27 alunas para primeira turma de sargentos femininas. Em maio do mesmo ano foi aberto edital com 80 vagas para mulheres da turma de soldados.

“A primeira turma de oficiais mesclada entre homens e mulheres na Academia de Polícia Militar (APM) foi aberta em 1992, que formou em 1995 e recebeu o nome de turma de oficiais Irmã Dulce. Boa parte dessas mulheres ocupa hoje cargos no oficialato superior”, ressalta. O major ainda destaca o papel relevante que a mulher conquistou. “Delimita um espaço dentro da corporação. A realidade hoje aponta que elas corresponderam plenamente à expectativa, a exemplo de diversas mulheres hoje no comando de unidades, sem falar naquelas que desempenham variadas funções, inclusive operacionais. Uma realidade inexorável e que só tende a aumentar o espaço da mulher para habitar a segurança pública”, revela.

Integrante da 1ª turma da Polícia Feminina com 27 mulheres e hoje aluna-a-oficial da Academia da PM, a subtenente Lilian Cerqueira, 54 anos, revela que o sonho de entrar na polícia começou nos anos 80, quando o irmão dela ingressou na PM. “Desde muito nova participava das solenidades militares e sonhava em fazer parte da corporação”. Após a conquista, na década seguinte, Lilian, assim como as demais 26 mulheres, enfrentou muitos desafios.

“Estávamos entrando em um ambiente predominantemente masculino com conceitos e preconceitos, mas ao longo dos anos fomos quebrando essas barreiras e conquistando o nosso espaço. Iniciamos essa história com muito orgulho. É histórico, é único e é especial fazer parte desse corpo. Com doçura, força e profissionalismo construímos nossa história e tivemos que fazer muito mais para provarmos a nossa competência. Hoje temos a mulher na PM secretariando e em postos de comando. Todas temos o nosso crédito e o nosso valor”, declara.

Também integrante da 1ª Companhia Feminina, a major Cleydi Milanezi, 50 anos, foi a primeira mulher na corporação a comandar uma CIPM (Companhia Independente de Polícia Militar), a 12ª, onde comandou por 3 anos e 8 meses, e hoje está a frente da Operação Ronda Escolar, do Comando de Policiamento Especializado (CPE).

“Mais do que comemorar esses 30 anos devemos comemorar as nossas conquistas. Foi uma vitória termos entrado na Polícia Militar, mas a vitória maior foi termos permanecido e conquistado o reconhecimento da instituição, desde a confiança com a tropa até a superação das dúvidas sobre a nossa capacidade. Podemos desempenhar qualquer missão que nos for dada. Essa é a nossa melhor conquista”, revela emocionada.

O comandante geral da PM, coronel Anselmo Brandão, ainda quando tenente, foi um dos instrutores da 1ª turma de mulheres na PMBA e se orgulha da tropa feminina. “Hoje é uma data muita especial para a Polícia Militar da Bahia, pois completa 30 anos do ingresso da primeira mulher nas fileiras da corporação. Eu tive a honra, a felicidade e a alegria de ter sido instrutor da 1ª turma de mulheres sargentos. Parabéns por esse dia. Só tenho a dizer que somos muito gratos”, parabeniza o coronel Anselmo.

A corporação planejou uma programação extensa para homenagear a policial feminina, mas devido às circunstâncias da pandemia, precisou ser adiada.

Informações do Site PMBA

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