Fazem 21 anos que o Grupo de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar- GRAer começou agregar força no cenário da segurança pública do nosso Estado.

Com uma missão essencialmente constitucional de estar na linha de frente da manutenção da paz e ordem social, a Polícia Militar pensou e organizou maneiras de estar presente em todos os lugares, a qualquer momento. Assim, a atuação da nossa gloriosa Instituição nos céus não seria silente.

Tudo começou nos anos 80, quando, através do governo do Estado, a PMGO adquiriu seu primeiro helicóptero. O aquisição deste equipamento, a priori, criou uma lacuna na Corporação, que ainda não possuía uma tropa destinada ao serviço de patrulhamento aéreo. Por isso, no início, o helicóptero ficou à disposição do Serviço Aéreo do Estado de Goiás – SAEG.

O primeiro modelo foi um H350B – Esquilo, que embora tivesse sido montado no Brasil, apresentava tecnologia francesa. Com o passar do tempo, a Polícia Militar começou a dar os primeiros passos para fazer nascer uma tropa especializada em policiamento aéreo, que utilizaria o referido equipamento, sempre imbuída de um sentimento de melhorias e expansão.

 

Foto: Coronel RR Jorge Sobrinho

E o projeto deu certo. Em poucos anos o GRAer surgiu, pertencente, primeiramente, à Companhia Independente de Operações Especiais. Posteriormente, a organização desta unidade foi se aperfeiçoando e chegou ao ponto de pertencer ao Batalhão de CHOQUE, em 1991, comandado, na condição de Companhia, pelo primeiro oficial da corporação a qualificar-se na Força Aérea Brasileira como piloto, o então Capitão PM Jorge Alves Sobrinho.

Em 1998, a segurança do céu de Goiás tornou-se independente e passou a compor a estrutura orgânica oficial da PMGO.

A questão é que, quando pensamos na utilização de aeronaves como aliadas na garantia de segurança eficaz, remetemos nossa mente ao questionamento sobre o surgimento desta ideia.

A utilização de aeronaves no cumprimento de missões de polícia data de 1929. Nesta época, o Departamento de Polícia da cidade de Nova York operava com aviões no combate ao crime e em uma série de outras situações que desestabilizavam a vida social.

O emprego de helicópteros em atividades comerciais teve início no ano de 1946, sendo que dois anos depois, o mesmo Departamento de Polícia de Nova York colocou em operação a primeira aeronave de asas rotativas para o cumprimento de missões de polícia.

Buscando dar respostas adequadas às demandas sociais que, ao passar do tempo, sempre exigiram mais do poder público, as forças de segurança passaram a buscar iniciativas inovadoras de enfrentamento ao crime. As polícias militares, federal e civis passaram, cada uma em seu momento, a realizarem estudos e pesquisas no sentido de implementarem atividades de segurança utilizando o voo como recurso.

Um dos principais estudos realizados com o objetivo de analisar o uso de helicópteros para a vigilância policial aérea foi executado por pesquisadores da Escola de Administração Pública da Universidade da Califórnia do Sul, nos EUA, no ano de 1970.

Assim, forças policiais de vários países – Gerdameire Française, Carabinieri Di Itália, Granaderos Del México, Carabineiros de Chile, Polícias Municipais Americanas e Guardas Nacionais –  vêm, há anos, usando o helicóptero como recurso para o cumprimento de suas missões de policiamento, em diversos enfoques: controle de trânsito urbano e rodoviário; prevenção, controle e combate a incêndios; combate à marginalidade organizada; salvamento público; vigilância de rios e reservas florestais e segurança de dignitários.

Outro estudo que merece destaque, foi realizado junto à divisão de helicópteros da Polícia de Colombus, em Ohio, nos EUA, em 1981. Na época, a Câmara da Cidade calculou os resultados dos serviços prestados pela divisão o período de 1972 a 1980. Depois de uma criteriosa análise à coleta dos dados, restou comprovado que custava seis vezes mais operar com o número de carros que fariam o mesmo trabalho de um helicóptero.

Nessa mesma época, analisaram ainda que, um policial no ar tem um campo de visão de cerca de 700 pés e pode ver um objeto 15 vezes mais longe que um observador pode ver na terra. Além disso, a aeronave pode responder a um chamado de urgência em dois minutos, enquanto a média de um carro é de 5 a 6 minutos.

Por ser uma máquina altamente versátil, o helicóptero pode cumprir com eficiência inúmeras operações de polícia ostensiva, de salvamento e de socorro. De um modo geral, ele diminui o tempo de resposta da ação; possibilita maior flexibilidade e mobilidade nas operações, aumentando a área de influência e de presença policial; facilita a realização de operações destinadas a suprir exigências não atendidas pelo policiamento ostensivo normal; debilita o criminoso no campo psicológico; permite vencer distâncias e ultrapassar barreiras, dentre outras vantagens.

Atualmente, a PMGO conta com o apoio de duas aeronaves para os serviços específicos do GRAer, sendo eles um HB 350B – Esquilo, do fabricante francês Eurocopter e um AW 119-MKII – Koala, Italiano, ambos caracterizados como “policial militar” por suas cores e inscrições. Os equipamentos são, então, empregados em atividades de patrulhamento preventivo e dissuasão de ilícitos, reforçando a força da Polícia Militar.

PMGO: A segurança de Goiás.

Fontes das informações: Cel RR Jorge Alves Sobrinho e Major Rodrigo Barbosa.
Fonte de pesquisas: livro “Asas de um sonho – o surgimento da radiopatrulha aérea da Policia Militar de Goiás” – Coronel Jorge Alves Sobrinho.
Redação: Sd Caroline – PM/5