Uma devassa feita pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) em dez batalhões da PM revela que sete milhões de litros de combustível “sumiram” dos quartéis entre 2012 e 2015. O montante de gasolina, diesel e álcool foi comprado pela corporação, mas nunca chegou à frota que patrulha o estado. Até hoje, não se sabe o destino do combustível, que abasteceria todas as viaturas da PM por quase seis meses. Segundo cálculo do TCE, o prejuízo aos cofres públicos gerado pela fraude ultrapassa os R$ 23 milhões, em valores atualizados.
Para chegar ao montante, técnicos do TCE compararam os documentos que comprovam a entrada de combustíveis em cada batalhão com os registros do sistema de controle de abastecimento das viaturas nas unidades. Por exemplo, no Regimento de Polícia Montada (RPMont), entraram supostamente 2,3 milhões de litros de combustíveis entre janeiro de 2012 a agosto de 2013. Mas, no mesmo período, somente 500 mil litros foram parar nos tanques das viaturas da corporação, segundo os registros de abastecimento. Ou seja, segundo os técnicos do TCE, a destinação de 77,5% do combustível adquirido pelo quartel é desconhecida.
O RPMont foi o batalhão que registrou o maior prejuízo no período analisado pelo Tribunal de Contas: R$ 5,2 milhão, em valores atualizados. O 16º BPM (Olaria) é o segundo do ranking, com R$ 4,6 milhões gastos em combustíveis que não foram destinados às viaturas da corporação.
Mais de cem PMs que eram lotados nos batalhões e na Diretoria de Logística da corporação na época foram identificados, nas inspeções, como responsáveis pelo dano ao erário. Os técnicos do TCE que participaram das inspeções propuseram o ressarcimento do montante pelos oficiais. No entanto, em sessão plenária realizada em dezembro do ano passado, os conselheiros rejeitaram a proposta e determinaram que todos os citados apresentem uma série de explicações sobre as falhas na fiscalização antes que seja feito o ressarcimento.
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Da redação do Policiamento Inteligente com informações do Site Extra