A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SES-DF) decidiu remarcar a reunião na qual a comunidade escolar do Colégio Gisno, na Asa Norte, diria sim ou não ao projeto de gestão compartilhada com a Polícia Militar do Distrito Federal.
Inicialmente prevista para ocorrer esta semana, a votação será no sábado da próxima semana, dia 17, das 8h às 21h, confirmou a pasta. A decisão de mudar a data havia sido anunciada mais cedo pelo secretário Rafael Parente.
A alteração ocorre dias depois de o Gisno protagonizar uma discussão sobre o projeto de militarização de escolas. Pelo Twitter, Parente informou que a SES-DF investigará denúncias de que o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e o diretor da unidade de ensino, Isley Marth, teriam suspendido aulas para orientar os alunos a votar contra o projeto. “Alunos, professores e familiares fizeram denúncias na Ouvidoria e redes sociais”, afirmou Parente.
O Correio tentou contato com o diretor da unidade de ensino, mas não foi atendido. Mais cedo, à rádio CBN, Marth afirmou que a escola não precisa de policiais e sim de profissionais de educação. Segundo ele, a escola não conta com servidores suficientes para atender adequadamente os alunos e que, mesmo assim, não registra casos de violência. Parente, por sua vez, diz que dados da secretaria indicam uma situação de vulnerabilidade e deficit de aprendizado na unidade de ensino.
O Sinpro-DF tem uma posição parecida à do diretor. Afirma que, se a SES-DF garantir o número necessário de profissionais de educação, o Gisno não necessitaria da presença de PMs no interior da escola.
Sobre a fala de Parente a respeito da suspensão de aulas para discutir o projeto, o sindicato publicou nota na qual afirma que promoveu, na segunda-feira 29, “durante o horário de intervalo, uma panfletagem nas seis escolas que estão na lista da militarização, debatendo com os estudantes a política arbitrária da intervenção militar nas escolas públicas do Distrito Federal”.
A nota prossegue: “Ao contrário da informação publicada no Twitter do secretário de Educação Rafael Parente, de que o sindicato, juntamente com o diretor do Gisno, estaria suspendendo as aulas para orientar os estudantes a votarem contra o projeto de gestão compartilhada, a diretoria do Sinpro afirma que as denúncias são totalmente mentirosas e que o debate foi realizado durante o intervalo justamente para não acarretar nenhum tipo de prejuízo aos estudantes. Em resposta ao Twitter do secretário, o sindicato afirma que a informação se trata de uma Fake News com origem na Secretaria de Educação.”
Militarização
O Gisno foi uma das seis novas unidades de ensino escolhidas pela Secretaria de Educação e pela de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) para receber a gestão compartilhada. As escolas, porém, devem decidir, em assembleia, se aprovam ou não as mudanças propostas pelo governo.
O modelo já vigora em quatro escolas públicas desde o início do ano e tem policiais e bombeiros para cuidar da disciplina das unidades. Para definir os colégios, as pastas consideram aspectos de vulnerabilidade, violência interna e externa, reprovação, evasão escolar e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Além do Gisno, foram escolhidos: o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 19 de Taguatinga, CEF 407 de Samambaia, CEF 1 do Núcleo Bandeirante, CEF 5 do Paraná, e CED Condomínimo Estância III, em Planaltina.
Apenas a unidade de ensino de Planaltina votará neste sábado (10/8). Nos outros locais, a assembleia está prevista para o dia 17. O horário de votação é de 8h às 21h, e podem votar professores, servidores, estudantes e pais e/ou responsáveis. O resultado sairá logo após o fechamento das urnas.
Informações do Jornal Correio Braziliense
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