Troca de experiências e conhecimento marcam a abertura do I Congresso Internacional do ISCP

Congresso Internacional de Ciências Policiais

A abertura do I Congresso Internacional de Ciências Policiais foi brilhante. O evento é uma conquista sonhada desde o nascimento do Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP), que já possui nove anos. As 470 cadeiras do auditório central do Instituo Serzedello Corrêa do Tribunal de Contas da União foram todas ocupadas.
Estavam presentes o comandante-geral, coronel Fábio Aracaqui Sousa Lima, o subcomandante geral, coronel Yamasaki e o reitor do Instituto Superior de Ciências Policiais e diretor do DEC, coronel Ferro, além de vários comandantes e policiais militares de diversas unidades da PMDF.
Também abrilhantaram o recinto diversas autoridades civis como desembargadores, ministros, senadores eleitos, comandantes de unidades, comandantes-gerais de outros Estados, chefes de Casas Militares, adidos militares, policiais de outros países, policiais militares de diversos Estados Brasileiros, além dos policiais do Distrito Federal. Especial destaque merece a participação ativa de pesquisadores de diversas universidades do Brasil e do exterior na plateia e na programação do Congresso. Os presentes trocaram experiências, aprendizados e interagiram com os palestrantes cuidadosamente selecionados pelo Instituto.
O Coronel Ferro elogiou o crescimento do ISCP ao longo dos anos e disse acreditar que esse 1º Congresso superou todas as expectativas:

“esse feito é mais um passo em busca do Stricto Sensus (mestrados e doutorados oferecidos pela PMDF). A adesão dos palestrantes e pesquisadores de diversos Estados do Brasil e também, de outros Países, denota que o esforço por uma polícia ainda mais eficiente tem sido o objetivo de todos.”

O coronel assegurou ainda que a parceria entre PMDF e UNB veio para somar:

“hoje nós temos cerca de 150 mestres e doutores, boa parte deles formados na Universidade de Brasília, a aproximação geográfica facilita isso. Essa interação é importante para as duas instituições”.

O chefe do Conselho Nacional de Comandantes-gerais e um dos criadores do ISCP, coronel Nunes, discursou sobre a implantação e aplicabilidade do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) no Distrito Federal.

“Constatamos, na prática, que a lavratura do TCO contribui substancialmente nas transformações positivas para segurança pública. Os argumentos filosóficos, estatísticos, operacionais, sociais, jurídicos e doutrinários são sólidos, simplificando e acelerando a justiça criminal e concedendo ao policial mais versatilidade e condições de oferecer melhor serviço”.

No período da tarde, o professor da UNB Fábio Iglesias palestrou sobre o tema Ciências Comportamentais e Atividade Policial: Da Pesquisa a Aplicação Real. Sobre o assunto, Iglesias menciona diversos aspectos cognitivos e elementos comportamentais da psicologia social afeto à prevenção da criminalidade

“a prevenção criminal não se dá exclusivamente por um esforço policial maior, pois criminalidade é um problema de comportamento. Mudar as escolhas criminosas é difícil, o que tem que se promover é mudança da reação da população em relação a esses eventos, garantindo que a comunicação com a polícia seja mais efetiva e seja percebida pela população como confiável. Mudar as varáveis situacionais que transfere os riscos da vítima para o agressor, por exemplo, é a grande questão.”

O adido da Polícia Nacional da Colômbia, coronel Wiillian Valejo, um dos participantes do Congresso, disse acreditar que a polícia brasileira poderia experimentar os resultados do ciclo preventivo e investigativo, aqui denominado de ciclo completo, ou seja, que a ostensividade e investigação estivesse na mesma instituição. Segundo o adido, “essa ação facilita a coordenação de forma ágil e as informações permaneçam no mesmo órgão”.
O policial de Los Angeles, Eliel Teixeira, afirmou que o I CICP vem fomentar o conhecimento, interação, troca de experiências e integração entre polícias de diversos países. O policial garante que em Los Angeles o Termo Circunstanciado é um padrão que tem funcionado muito bem,

“o policial que recebe o primeiro chamado é também o mesmo que vai investigar, vai cria o primeiro TCO, vai fornecer o primeiro socorro à vítima ou à pessoa que nos solicitou e finalizar essa fase, iniciando a primeira parte da investigação, até estar concluído e utilizado no processo”.

O Congresso segue até sexta-feira e é aberto ao público. Mais detalhes no link: http://www.iscp.edu.br/cicp/