No mesmo acidente, mãe e bebê recém-nascida sofreram lesões graves; réu foi preso horas após ter fugido sem prestar socorro
O juiz José Roberto Silvério, da 2ª Vara Criminal de Apucarana, decretou a prisão preventiva do motorista envolvido na colisão frontal que matou pai e filha na tarde do último domingo (26), na BR-369.
Com a decisão, o homem, de 27 anos, preso em flagrante por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar horas após ter fugido do local do acidente, segue detido. Ele responde pelos crimes de homicídio e lesão corporal grave, agravados pela omissão de socorro.
“A prisão se faz necessária como forma de acautelar a paz social, que se encontra abalada ante a gravidade do crime, que praticamente dizimou uma família inteira, merecendo uma resposta severa do Poder Judiciário, diz trecho da decisão.
Uma menina de um ano e nove meses de idade morreu no local do acidente. O pai dela, que completaria 32 anos de idade hoje (1°), faleceu após ser levado ao hospital.
A irmã recém-nascida, com apenas 21 dias de idade, e a mãe, de 28 anos, foram socorridas com lesões graves e encaminhadas a hospitais de Apucarana. A bebê teve alta, mas a mãe continua internada.
Conforme boletim elaborado pela equipe da PRF que atendeu o acidente, o carro que o réu preso dirigia, uma BMW 323i, invadiu a faixa contrária após uma curva e bateu de frente no automóvel Volkswagen Gol onde estavam as quatro vítimas. O limite de velocidade no local é 60 km/h.
Conforme declarações prestadas pela passageira da BMW e ex-namorada do réu, ambos haviam passado a noite em uma festa, em uma chácara na zona rural da cidade, onde todos os participantes teriam consumido bebidas alcoólicas destiladas.
Em sua decisão, o magistrado citou o fato de o réu estar dirigindo com a carteira de habilitação suspensa e responder a outro processo criminal, por embriaguez ao volante, relativo a um flagrante feito pela PRF em maio de 2017, também na BR-369.
“O réu comprovou total desrespeito com as normas legais, já que apesar de estarmos enfrentando uma pandemia (Covid-19) e as autoridades suplicarem pelo distanciamento social, o réu estava em uma festa (aglomeração de pessoas) e ao sair do local (depois de passar a noite toda na festa), provavelmente em alta velocidade e embriagado, invadiu a faixa contrária, colidindo frontalmente com o veículo das vítimas”, aponta o juiz.
Após a prisão, a PRF aplicou o teste de bafômetro no motorista, mas o resultado deu negativo. Por conta da fuga, o exame foi feito oito horas depois do acidente, na noite de domingo.
Em sua decisão, o magistrado pede ainda que a Promotoria da Saúde Pública de Apucarana apure eventual prática criminosa relacionada à pandemia do novo coronavírus por parte dos organizadores da festa da qual participou o motorista preso.
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Texto: Fernando Oliveira / Agência PRF (Reprodução autorizada mediante citação da Agência PRF)