Foi na cozinha que a agente de polícia Soraya Andrade Mattar encontrou uma maneira de manter viva a memória e a tradição da família de descendência libanesa. Ela aprendeu, ainda criança, os primeiros passos para preparar diversas especiarias da culinária árabe com o pai, Farid Mattar. Assim, o que era servido de costume em encontros de família, hoje, virou empreendimento.
Soraya e a filha mais velha, Anna Paula, decidiram aproveitar os dotes culinários para vender porções de pratos tradicionais da cozinha árabe e, assim, garantir uma segunda renda. Embora não tenha, ainda, um nome para o empreendimento, as comidas, preparadas na própria cozinha da policial civil, com toque de tempero caseiro, já estão no gosto popular.
O cardápio oferecido tem seis itens: os kibes assado, cru e para fritar; as pastas babaganuche (pasta de berinjela) e o homus (pasta de grão-de-bico) e o pão sírio. As vendas são feitas por encomenda e entregues em porções de 100, 250, 500 e 700 gramas (custam a partir de R$ 7).
“Preparar comida árabe sempre foi uma maneira de manter viva as lembranças do meu pai, que faleceu há quase 25 anos. Lembro, claramente, de ajudá-lo na cozinha e de como essa dinâmica que tínhamos me preenchia de felicidade”, lembra. “Tornar essa atividade parte da minha rotina, ainda que como negócio, é senti-lo ao meu lado”, diz Soraya bastante emocionada.
DO HOBBY AO EMPREENDIMENTO
A ideia de vender comida árabe surgiu durante o período em que Soraya esteve afastada do serviço na 29ª DP – onde atualmente é lotada. Ela passou por um período de depressão desencadeada após o falecimento da mãe, há quase um ano. O incentivo partiu da filha, Anna Paula que, preocupada com a rotina da mãe, decidiu impulsioná-la a desenvolver uma nova atividade e, assim, distrair-se.
“A princípio, eu não queria, pois são comidas que levam cuidados específicos e tempo no preparo. Ela praticamente brigou comigo para que eu não ficasse sem fazer nada em casa e com a mente vazia” comenta. “Hoje, reconheço o quanto isso tem me feito bem. Sou imensamente grata por ter uma filha companheira e tão preocupada comigo”, afirma a policial civil.
A divulgação começou onde Anna Paula trabalha, na Caixa. Por lá, os colegas de trabalho ouviam falar sobre a comida, mas, até então, nunca tinham provado dos pratos da Soraya. Após os primeiros pedidos, as vendas multiplicaram. “Eu não imaginava que eles fossem gostar tanto, muito menos que isso se tornaria uma demanda. O que me alegra, ainda mais, são os feedbacks que eles dão sobre a comida, o que me motiva para continuar e expandir para outros clientes”, comemora Soraya.
O agrado ao paladar não é ocasionado apenas por se tratar de uma comida “fora do comum”: todos os ingrediente são escolhidos cuidadosamente pela policial civil. Na cozinha, a limpeza e organização são primordiais. “Ainda que seja uma atividade comercial, não significa que deve ser feita de qualquer jeito. Aqui, eu preparo como se estivesse cozinhando para um grande almoço em família. Desde a carne ao trigo, tudo é da melhor qualidade que se encontra no mercado; o sabor é diferencial”, garante.
Por enquanto, por ser uma parceria apenas entre mãe e filha, as entregas são conduzidas por Anna Paula e ocorrem somente às sextas. Os pedidos são realizados de segunda à quinta, até o meio-dia. Após isso, Soraya vai às compras dos ingredientes para preparar as massas e pastas.
“A cozinha árabe era a paixão do meu pai. Jamais pensei que isso poderia, um dia, converter-se em uma fonte de renda extra; estava longe de ser um plano para quando me aposentar”, afirma. “Agora, a tradição que passou do meu pai para mim, faz parte de uma atividade prazerosa entre mãe e filha, com bons sinais de prosperidade”, comemora.
SERVIÇO
Pedidos: de segunda a quinta, até o meio-dia*
Telefone: (61) 99967-5748 (Soraia) ou 99363-0554 (Ana Paula)
*Em quantidades maiores, consultar valores e prazos de entrega por telefone.
Informações do Site SINPOL DF