Há tempo sem escrever por aqui, em silêncio, não por mim, mas pelas circunstâncias. Tenho tanto para falar, mas as vezes só me vem o “obrigado!”. Tantas lágrimas derramadas por aqui, quantas lutas, quantos sonhos escritos em artigos que nunca foram lidos, quantas punições? Foram muitas, lutando e falando aquilo que sempre sonhei para minha amada instituição.
Aqui falei muito mais da Polícia que sonhei do que da Polícia de “verdade”, os conflitos aqui gerados foram para produzir mudanças da “polícia que nós temos” para aquela “polícia que sonhamos”, aquela que todos nós “queremos”.
Errei muito aqui. Aquele soldado que ousou falar e pensar, que escreveu livros e notas em rodapés, errou muito. Errou querendo acertar. Errou por amar uma Instituição que decidiu fazer parte aos onze anos de idade, quando um tio amado foi morto com dezessete facadas. Errou quando queria “mudar” a instituição, quando na verdade era o homem que deveria mudar.
Aquele soldado que por longos anos sonhou, virou cabo, mas também apanhou. Foi muito discriminado em uma Secretaria de Segurança Pública onde era Assessor Especial, de dentro do Gabinete de um Secretário de Segurança, um Sociólogo, que também nunca foi aceito. Mas aprendeu, se fortaleceu e cresceu!
Esse cabo por diversas vezes foi açoitado, massacrado, humilhado. Foi para Estrutural, lá virou sargento, conquistou a comunidade, aprendeu a “ser polícia”, conquistou toda sociedade, mas o importante foi mostrar para seus pares que também sabia trabalhar, seja na rua, no expediente ou em qualquer outro lugar, porque o que o movia era a paixão, aquela por sua instituição, e que independente do lugar, sempre faria o seu melhor para sementes lá deixar.

Aquele soldado que um dia ousou pensar, virou tenente depois de muitas lágrimas derramar. Sua estrela foi regada com essas lágrimas que um dia o viram chorar! Sua alegria foi terminar o curso e ouvir de seus companheiros: “de você eu só ouvi falar, agora te conheço de tanto labutar”. Fiz amigos, companheiros, com muitos aprendi a lutar. Sou guerreiro, companheiro, um vencedor de tantas lutas travar.

Chegou o dia da vitória e nele quero saudar, todos que um dia no soldado resolveu acreditar. Quem sabe de onde veio e sabe para onde vai, nunca se esquecerá de onde está, pois saberá de onde veio e de quem deve se lembrar.
A Deus meu Grande Arquiteto eu quero saudar, com Ele muitas vezes eu tive que conversar. A minha pedra bruta tive que lapidar, como um pedreiro, uma a uma eu tive que talhar. Agradeço a cada ajuda que no caminho veio me ajudar, a Força, a Fé, a Coragem e a Saúde que vieram me sustentar.
Hoje é o início de outra história que um dia irei contar!

Aderivaldo Cardoso