Eleições ocorrem de quatro em quatros e com elas surgem as tentativas de “brincar” com os sonhos dos eleitores. De quatro em quatro anos surgem propostas mirabolantes de “reestruturações” da carreira, promessas de reajustes futuros, planos de governos que serão a salvação de tudo e de todos.
É unânime entre os governos e principalmente entre os “politiqueiros” manter a chama da “esperança” de dias melhores vivas. Por isso, temos na Câmara Legislativa tantos projetos “inconstitucionais”, por isso, a cada dia que passa o eleitor fica cada vez mais decepcionado e desacreditado com a política.
A lógica da política é simples: “o ser humano é egoísta por natureza”, por isso falam e pregam aquilo que queremos ouvir, ou pelo menos o que a maioria quer ouvir, para atrair as massas e depois manipulá-las. Temos visto isso nos dias atuais. Autoridades que quando tinham a “caneta em mãos”, não fizeram nada, agora, jogam para a plateia, utilizando o nome do governador, dizendo ter o “poder” de resolver todos os problemas da PM e que são capazes de colocar em votação uma reestruturação que irá beneficiar a todos, mas em troca um dos candidatos da PM deveria se curvar ao partido da situação. Um desespero no final do campeonato. Um tudo ou nada onde parece que não levaremos nada.
Quem não se lembra de todo o “teatro” feito no governo Agnelo sobre a mesma “reestruturação”? O projeto era até bom, mas tudo deixou para ser discutido e enviado na última hora e não avançou. E a lei 12.086/09? Dizem que não ficou melhor porque foi tudo feito a “toque de caixa”. E agora? Reuniões “secretas” com o governo, outras com lideranças em espaços de festas em Taguatinga, os CFP´s se organizando no Núcleo Bandeirante, seria tudo em vão? Vamos continuar com o “dividir “para conquistar?
Por melhor que seja uma proposta ou pior que ela seja, o ponto principal para não sermos massa de manobra, nem que algo que mudará nossas vidas torne-se bandeira da velha “politicagem”, é avaliar a possibilidade jurídica e política dela ocorrer. É possível enviar a proposta em período eleitoral? É possível votá-la ainda esse ano? É possível enviá-la via Medida provisória com a intervenção no Rio de Janeiro?
Precisamos compreender, que na administração “menos é mais”. O que precisamos atualmente é “fluidez na carreira” e “melhores salários”. Precisamos aumentar 1000 (mil) vagas dos subtenentes, 100 (cem) vagas no QOPMA e 100 (vagas) nos postos de major e tenente coronel do QOPM. Retirar o “poderá”, que é “discricionário” na Lei 12.086/09, no que se refere ao “interstício”, e substituí-lo pelo “deverá” que é “vinculado”.
As mil vagas têm um motivo: a proporção entre subtenentes e a quantidade de soldados, cabos e sargentos que poderão chegar a “classe especial” da carreira, semelhante a proporção de coronéis existentes. Na última reestruturação as vagas de coronel da PM foram triplicadas e as de subtenentes foram quintuplicadas, mas mesmo assim não seguiu a proporção entre as carreiras.
Querer limitar novamente o QOPMA somente aos subtenentes ou primeiro sargentos é retrocesso, precisamos ampliar as oportunidades. A atual conjuntura alcançada após tanto tempo, de 50% para antiguidade e 50% para mérito intelectual, atende as expectativas. Neste momento o que precisa ser o objetivo é fazer com que todos cheguem a graduação de subtenente, que é a “classe especial” da carreira das praças. O tempo para as promoções também precisa ser revisto, pois na proposta que querem enviar ao governo federal, os atuais CFP´s seriam prejudicados. Lembrando que quanto menos tempo for colocado para as promoções, mais impacto ela terá nos antigos e novinhos.
Esperamos sinceramente, que a discussão atual sobre “Plano de carreira na PMDF” não seja meramente uma ação politiqueira para alavancar candidatos governistas, muito menos que estejam brincando com o sonho de milhares de pais de família, que dão suas vidas para proteger a sociedade. Vamos nos unir e que venha o melhor para a categoria!
Aderivaldo Cardoso – 3º Sargento – Turma 99/00