No último dia 15, a edição impressa do Correio Braziliense trouxe uma matéria alusiva aos possíveis pré-candidatos da área de Segurança Pública que devem concorrer a um cargo eletivo, seja Federal ou Distrital, no pleito do próximo ano.
Nada contra a matéria e muito menos com os anunciados pré-candidatos, porém, num processo democrático de direito a imprensa deveria ter feito uma ampla pesquisa interna, nas três corporações, com o intuito de levar ao eleitor, ao leitor e às próprias corporações a informação com a máxima transparência.
Hoje é nítido que os integrantes das três instituições estão demasiadamente desmotivados com a postura do Governo do Distrito Federal, principalmente pela falta de compromisso com as promessas efetuadas no período de campanha eleitoral de 2010, as quais não foram cumpridas e que colocaram essas categorias à margem de benefícios conquistados por mais de 23 carreiras do próprio governo, reestruturadas recentemente.
Candidatar-se a um cargo eletivo é direito adquirido de qualquer cidadão brasileiro, desde que cumpra os requisitos estabelecidos para tal, isso é fato.
Mas vamos falar especificamente de nossa instituição, Polícia Militar!
Gostaríamos de saber quais critérios foram utilizados pelo Correio Braziliense para nomear a listagem por ele exposto na matéria, sem que houvesse a citada pesquisa interna. Permanecendo assim, a mídia, detentora de poder, “empurra” aos eleitores da categoria um direcionamento que não traduz a realidade interna da corporação e coloca sob suspeita a credibilidade da matéria no quesito candidaturas, ou prováveis candidaturas. Basta pesquisar.
Da listagem disponibilizada pelo Correio (Jooziel Freire, Patrício(PT), Alberto Fraga(DEM), Néviton Pereira(PMDB), Pedro Rodrigues de Carvalho, João de Deus(PRTB), José Ribamar de Sousa Cruz e Ricardo Pato) muitos não despertam a simpatia da categoria, outros tiveram seus nomes envolvidos em escândalos e outros estão completamente alheios às movimentações reivindicatórias de policiais em busca de valorização e salário digno para o sustento mínimo de suas famílias. Alguns estão afastados do contexto, seja por omissão, falta de interesse ou até mesmo rejeição interna e outros, num passado não tão distante, tiveram as oportunidades de promover melhorias e não cumpriram seu papel de parlamentar e representante eleito, esses, rotulados no seio da categoria como “traidores”.
Não resta a menor dúvida de que o poder financeiro poderá influenciar nas eleições de alguns futuros representantes dessa categoria, mas existe a certeza, também, que hoje os integrantes da corporação estão mais politizados e conscientes de quem possa vir a contribuir futuramente de forma contundente e fiel aos inúmeros anseios das tropas. O policial e bombeiro militar, dentre suas inúmeras e eficientes qualidades, têm uma visão ampla e um pensamento quase que uniforme: “A traição jamais será perdoada”. Nesse quesito, alguns nomes podem encontrar barreiras intransponíveis às suas pretensões futuras dentro da corporação. Além disso, é fato dentro da categoria a aversão a qualquer candidato que não faça uso da farda e que não esteja junto e ombreado (na linguagem militar) às reivindicações da classe. Parada dura para muitos, que só surgiram agora após longos 3 anos de negociações frustradas com o governo local e hibernação completa.
Para finalizar, cita a reportagem que o contingente de policiais atualmente na ativa é de 14 mil, porém, mais uma vez, peca na busca de pesquisas onde esqueceu de mencionar os inativos e pensionistas, além daqueles que estão em fase de acesso aos quadros da corporação (os chamados Aprovados) e que por entraves jurídicos e políticos ainda não o fizeram. Somados os números, chega-se a um total próximo a 24 mil eleitores. Parece pouco, mas ao multiplicarmos isso pela média de 4 votos por família, chegar-se-á fácil aos 100 mil votos, fora os convencimentos boca-a-boca, do qual os policiais têm um privilégio ímpar por estarem ligados diretamente à sociedade.
Portanto, resta-nos aguardar e analisar o futuro político, pois ainda é muito cedo para que qualquer conjectura seja formada sem que os maiores interessados e provedores do voto ( os integrantes da corporação) decidam a quem darão sua benção eleitoral.
Que chegue 2014!!!