Zonas de crime: 4 cidades do DF entram na lista de restrições dos EUA

As regiões foram tratadas como “favelas” e com o mesmo grau de risco à segurança de países europeus que sofrem ataques terroristas

A redução nos índices de criminalidade no DF em 2017, celebrada pelo GDF, não foi suficiente para evitar que o Distrito Federal entrasse na lista de risco elaborada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. O alerta para turistas e autoridades norte-americanas vale para as “favelas” — como trata o documento — de Ceilândia (foto de destaque), Santa Maria, São Sebastião e Paranoá. Em termos de ameaça à segurança, as quatro regiões administrativas foram vistas sob a mesma ótica (nível 2) de países europeus que sofrem ataques terroristas.
De acordo com o texto, as “favelas” são “zonas de crime”. A recomendação é para que as cidades brasilienses sejam evitadas no período entre 18h e 6h.

Além das regiões do DF, outros pontos foram considerados críticos no país, como a praia de Pina, em Recife (PE), e comunidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). O órgão elaborou longa lista de recomendações para os americanos que desejam conhecer o Brasil.
“Não viaje para as áreas de favela, onde as polícias local e militar não operam, mesmo numa visita guiada. Nem as empresas de turismo nem a polícia podem garantir sua segurança ao entrar em favelas, como ocasionalmente, confrontos entre facções e com a polícia podem ultrapassar os confins das favelas”, alertam os EUA. A publicação é incisiva no perigo. “Exceto em circunstâncias limitadas e com aprovação prévia, funcionários do governo americano podem visitar” esses locais.

Mapa divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA

 
Outra recomendação é de não viajar para regiões de fronteira com a Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Paraguai.
“Crimes violentos, como assassinatos, assaltos à mão armada e roubo de carros são comuns em áreas urbanas, dia e noite. Atividade de gangues e crime organizado são generalizados”, ressalta o departamento.
Nível 2
A categorização relacionada à periculosidade tem quatro níveis de atenção. O Brasil foi classificado como nível 2. Nesse caso, o departamento orienta para que os viajantes aumentem o cuidado, pois o país tem áreas que oferecem um maior risco à segurança.
Colômbia, Congo, Etiópia, Egito e Arábia Saudita foram classificados na mesma categoria do Brasil. Países europeus também se enquadraram no nível 2, devido a riscos de atentado terroristas. São eles: Espanha, França, Inglaterra e Alemanha.
Metrópoles procurou a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para comentar o documento, mas até a publicação desta reportagem, o órgão não havia se manifestado.
Redução de crimes
Na última semana, quando as estatísticas criminais foram divulgadas, o governo comemorou o fato de os crimes terem apresentado redução, na comparação dos 12 meses de 2016 com o mesmo período de 2017.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, houve queda de 15,7% nos registros de homicídios. Em 2016, foram 591 assassinatos, contra 498 no ano passado. Foi o menor número dos últimos 15 anos – em 2002, houve 497 ocorrências.

Observou-se o menor índice de homicídios por 100 mil habitantes dos últimos 29 anos: 16,3 crimes contra a vida, na proporção de 100 mil moradores do território. Estatísticas inferiores a essa só foram registradas em 1988, de acordo com a SSP.
Em relação aos latrocínios (roubos seguidos de morte), o número caiu de 44, em 2016, para 36 em 2017 – retração de 18,2%. Os crimes contra o patrimônio – como roubos a pedestres, veículos e transportes coletivos – também apresentaram redução. De 63.491, caíram para 59.953, uma diferença de 5,6%.
O Governo do Distrito Federal rechaçou nesta quinta-feira (11/1) a inclusão de quatro cidades brasilienses na lista de restrições elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA. O alerta para turistas e autoridades norte-americanas vale para as “favelas” — como trata o documento — de Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá. Em termos de ameaça à segurança, as quatro regiões administrativas foram vistas sob a mesma ótica (nível 2) de países europeus que sofrem ataques terroristas.
Segundo o governo local, a realidade da segurança das quatro cidades mencionadas não pode ser comparada a outras localidades violentas no Brasil e no exterior. “Nelas vivem cerca de 600 mil habitantes, que trabalham, estudam e convivem em situação de absoluta normalidade. Como em qualquer cidade no mundo ocorrem crimes, mas tudo dentro da normalidade”, destacou, em nota, o Palácio do Buriti.
Fonte: Portal Metrópoles