Algo precisa mudar na segurança pública. Poderíamos começar pelo mais simples: viaturas e rádios que funcionem, coletes mais leves e que não estejam vencidos, depois avançar no debate. Unificar bancos de dados, por exemplo, para quem está na ponta não precisar ficar medigando informações essenciais durante uma abordagem. Unificar alguns procedimentos, por meio de protocolos simples que resguarde os direitos do cidadão, mas que também proteja o policial durante as abordagens.
Precisamos de informações precisas e de bons equipamentos para recupera-las e para nos proteger, afinal, como proteger o cidadão, se não estivermos protegidos? Além de uma legislação mais clara que proteja quem está na linha de frente. Precisamos falar em responsabilização de comando e de área. Precisamos discutir a profissionalização de fato das polícias. As vezes as autoridades estão pensando em soluções mirabolantes, quando na verdade não temos o básico.
Que tal começarmos da premissa que “menos é mais?” O que mais aprendi nesta transição entre o “nível estratégico” e o “nível operacional” é que nada do que está sendo pensado no Pacto pela Vida foi assimilado por quem está na linha de frente. Não foi assimilado, simplesmente porque não houve diálogo, quem está na lida, cumpre sua escala, faz seu serviço, não teve contato com “conceitos” e “estratégias” que foram pensadas por quem nunca viu a “realidade” de frente, eu era um deles.
Passou da hora da segurança pública iniciar no Brasil o ciclo completo de polícia. Não dá mais para termos duas polícias, uma sendo refém da outra, sem comunicação, sem continuidade, vivendo o teatro da “integração”. Quem perde somos todos nós, os policiais e a sociedade. Por enquanto, somos amadores brincando de profissionais. Quem ganha com o nosso amadorismo são os bandidos.