A prisão de Domingos Costa Miranda, que também possui atuação em comunidades do Rio de Janeiro,
integra o trabalho das Forças de Segurança cearenses no combate aos grupos criminosos em Caucaia

Uma investigação desencadeada pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) resultou no cumprimento de um mandado de prisão preventiva contra um homem de 38 anos, integrante de um grupo criminoso com atuação no Rio de Janeiro e no Ceará. Ele é investigado por ser o mandante das mortes de cinco pessoas, no distrito de Boqueirão das Araras, em Caucaia, Área Integrada de Segurança 11 (AIS 11) do Estado, no dia 31 de julho. A prisão aconteceu no sábado (7), no bairro Henrique Jorge (AIS 6), em Fortaleza.

As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE), em Fortaleza, com a presença do secretário da SSPDS, Sandro Caron; do delegado geral da PC-CE, Sérgio Pereira; do diretor de Polícia Judiciária Especializada (DPJE), Ricardo Pinheiro; e do delegado titular da por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Klever Farias.

Domingos Costa Miranda, com passagens no Ceará por falsidade ideológica, porte ilegal de armas de fogo e tráfico de drogas, era investigado pela Draco desde novembro do ano passado, por sua atuação em uma organização criminosa no Complexo do Salgueiro, no Rio de Janeiro. “Ele estava no Rio desde o ano passado e tem envolvimento com confrontos naquela região. Além disso, é o principal distribuidor de drogas e mandante das cinco mortes que aconteceram em Caucaia (CE)”, relata o delegado titular da especializada, Klever Farias.

O homem permaneceu na capital fluminense até julho, quando decidiu regressar ao Ceará. Conforme as investigações, Domingos Costa era, até então, o único chefe do grupo criminoso que estava em liberdade. Um dos chefes do grupo era Max Miliano Machado da Silva (33) foi alvo da Operação Guilhotina, deflagrada em fevereiro pela PC-CE, e que resultou na captura de 16 pessoas, apreensão de 633 quilos de cocaína, crack e R$ 75 mil. A prisão de Domingos, segundo a PC-CE, representa a desestruturação do grupo.

A PC-CE iniciou as diligências até chegar à localização do suspeito, que foi preso na sexta-feira, quando saía para almoçar e foi abordado pelos policiais civis no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. Com ele, foram apreendidos três aparelhos celulares. De acordo com a PC-CE, Domingos era o segundo na linha de sucessão do grupo criminoso formado por cearenses que atuavam no Rio de Janeiro, local onde foi chamado para auxiliar nas ações delituosas no Complexo do Salgueiro, além de controlar conflitos internos dentro da organização.

No regresso ao Ceará, além de manter o comando das ações do grupo criminoso, Domingos planejou as mortes de cinco pessoas em Caucaia, como apontam as investigações da PC-CE. As vítimas, todas do sexo masculino e com idades entre 24 e 27 anos, foram mortas a tiros quando estavam em um bar no distrito de Boqueirão das Araras. Entre os mortos, uma pessoa possuía antecedentes criminais pelos crimes de tráfico de drogas e posse/porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Pouco mais de 12 horas após o crime, cinco suspeitos foram capturados pelas Forças de Segurança do Ceará.

Operação Guilhotina

As investigações iniciaram em junho de 2020, após circular, em aplicativo de mensagens, informações sobre o domínio de um grupo criminoso em alguns bairros de Fortaleza. Na época, foram realizadas queimas de fogos em comemoração.

Com as investigações, ainda em junho do ano passado, o primeiro suspeito foi preso. Já em outubro, foram presos outros dois suspeitos. Em novembro, cinco outros integrantes do coletivo criminoso foram capturados. Em janeiro desse ano, mais dois integrantes foram presos. Em fevereiro, com mais uma etapa da operação, subiu para 25 o número de integrantes do grupo criminoso que se encontram presos.

Ações no Rio de Janeiro

Outros dois cearenses que integram o grupo no Rio de Janeiro já haviam sido capturados em abril deste ano, após o compartilhamento de informações repassadas pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) para a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ). As investigações desenvolvidas pela PC-CE que levaram à localização dos alvos foram realizadas pela Draco e pelos departamentos de Inteligência Policial (DIP) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Durante a incursão no Complexo do Salgueiro, que contou com a utilização de veículos blindados e aeronaves da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), os policiais civis foram recebidos a tiros por suspeitos, que se esconderam em casas do Conjunto da Marinha e na região de mata e de mangue que cerca o local. Houve troca de tiros, e três alvos acabaram mortos no confronto.

Caucaia

Há uma atuação prioritária e permanente das Forças de Segurança na região de Caucaia para coibir a atuação de grupos criminosos. A exemplo disso está o reforço de policiais civis na Delegacia Metropolitana de Caucaia e de equipes especializadas da Polícia Militar do Ceará (PMCE). Outro ponto importante é a instalação de uma base móvel da PMCE na localidade de Sítios Novos, com 18 câmeras para reforçar o policiamento.

Recentemente, houve também o aumento das IRSOs (Indenização de Reforço ao Serviço Operacional), visando à ampliação do número de policiais militares nas ruas. Uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) também está disponível para o policiamento na cidade de Caucaia, em razão da sua grande extensão territorial. Soma-se a isso também o fortalecimento do trabalho de inteligência, com a atuação permanente de equipes da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da SSPDS.

Em seis dias – entre o sábado (31) e a quinta-feira (5) – 32 pessoas foram capturadas pelas equipes policiais no município. Na última sexta-feira (6), a Polícia Militar do Ceará efetuou a Operação Barreira, com o objetivo de coibir a prática de mortes provocadas por crimes violentos e roubos. Em paralelo ao trabalho ostensivo, há também a atuação preventiva nas regiões mais vulneráveis, no intuito de coibir práticas delituosas e a ameaça contra moradores, como o emprego de policiais militares do Batalhão de Policiamento de Prevenção Especializada (BPEsp) da PMCE.

Denúncias

Para combater a atuação de grupos criminosos no Estado, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) conta com a participação da população para repassar informações que auxiliem os trabalhos investigativos. Por isso, a unidade especializada da Polícia Civil do Ceará mantém um número de WhatsApp para receber denúncias de ações criminosas em todo o Estado. A população pode enviar mensagens de texto, áudios, fotos e vídeos para o número (85) 98969-0182.

As denúncias também podem ser feitas, por meio de ligação gratuita, para o 181, ou enviando mensagem para o WhatsApp (85) 3101-0181 do Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O sigilo e o anonimato são garantidos.

Fonte: PCCE