A Casa Civil da Presidência da República informou, nesta segunda-feira, que não recebeu qualquer pedido da AFA, a Associação de Futebol Argentino, de autorização excepcional para a entrada de jogadores no Brasil. Esse tipo de autorização é competência do órgão e foi concedida recentemente a jogadores brasileiros que vieram do futebol inglês.
Como a AFA não fez o pedido com antecedência, a Anvisa apenas fez cumprir a norma sanitária que impedia a participação dos jogadores argentinos na partida contra o Brasil, informou a Casa Civil. O órgão também disse que não teria competência para autorizar a entrada em campo de atletas que já ingressaram no país descumprindo as regras sanitárias.
De acordo com a Anvisa, o goleiro Emiliano Martínez, o zagueiro Cristian Romero, o volante Giovani Lo Celso e o atacante Emiliano Buendía mentiram ao preencher o formulário oficial de saúde do viajante. Eles jogam na Inglaterra, mas disseram que não estiveram recentemente no Reino Unido.
Os quatro também não fizeram o exame RT-PCR nem a quarentena, que são obrigatórios para quem passou pelo país europeu. Ainda no sábado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a CBF comunicaram que eles só poderiam sair do isolamento no hotel para deixar o Brasil. Mas os jogadores descumpriram essa determinação e foram nesse domingo para a Neo Química Arena, em São Paulo. Por isso, agentes da Anvisa e da Polícia Federal interromperam o clássico sul-americano aos 4 minutos e 50 segundos de partida.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar se os jogadores da seleção argentina de futebol cometeram crime de falsidade ideológica para entrar no Brasil. Os policiais colheram os depoimentos antes do retorno da equipe à Argentina, na noite de domingo.
A Fifa informou que já recebeu os primeiros documentos sobre a partida válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo do Catar. Em nota, disse que os órgãos disciplinares vão avaliar o que fazer. O jogo pode ser cancelado ou marcado para outro dia.
*Com a colaboração de Victor Ribeiro