O Dia do Irmão é celebrado neste domingo (5). Quem tem um sabe o quanto essa ligação significa. Ela vai além da compatibilidade sanguínea, de laços afetivos, é uma união que se inicia desde cedo e se constrói ao longo da vida, tornando-se cada vez mais forte com o passar do tempo. Em alguns casos, a ligação é tão forte, que muitas escolhas são feitas com apoio um do outro. Foi a escolha profissional, que fez os irmãos das famílias Arcelino e Mourão estarem conectados em casa e nas Forças de Segurança do Ceará.
Mauro e Marcelo sabem bem o significado da palavra conexão. Os dois são da 1ª Companhia de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), vinculada da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE). Os irmãos Arcelino, além de univitelinos, gêmeos idênticos, são há mais de 25 anos bombeiros militares. Eles dividem além dos mesmos gostos o amor pela profissão.
“Estava em outro estado quando o Marcelo me ligou dizendo que tinha me inscrito no concurso do Corpo de Bombeiros do Ceará, o ano era 1994. Até hoje eu agradeço ao meu irmão por me incentivar, foi uma das melhores escolhas que fiz na vida. No ano seguinte houve outro concurso, ele passou e, por coincidência, já trabalhamos duas vezes no mesmo batalhão. Agora estamos mais uma vez juntos na mesma companhia”, conta Mauro Arcelino, subtenente da 1ª Companhia de Busca e Salvamento do CBMCE.
Juntos em todas as fases
Muitas memórias afetivas cruzam a vida dos gêmeos. Marcelo lembra saudoso a festa de 15 anos que os pais José Gentil e Geralda prepararam para eles com apoio de uma das tias.
“Em 1972, ano do nosso nascimento, nossa mãe conta que foi uma grande alegria para nossa família. Nossos pais tiveram ainda mais quatros filhos, que são as nossas irmãs Márcia, Cláudia, Gisele e Carla. Foi então que a minha tia deu a ideia de comemorar nossos 15 anos e celebrar em família esse momento especial. Na época, os vizinhos estranharam fazer uma festa desse tema para meninos. Mas nossa mãe não ligou, ela festejou nosso aniversário, foi um dia muito especial em que reunimos toda a família. Lembro de cada detalhe até hoje”, explica Marcelo Arcelino, subtenente da 1ª Companhia de Busca e Salvamento do CBMCE.
Mauro e Marcelo atuam na área que escolheram, um apoiando o outro. Os subtenentes afirmam que não poderiam ter optado por outra profissão que os fizesse mais realizados. E o mais intrigante da história dos irmãos é que eles fazem tudo juntos no trabalho e em família. “O melhor da nossa história é que apostamos juntos nas mesmas escolhas. O CBMCE transformou a vida da gente, não só pelo profissional, mas como pessoas. Ao ponto de em situações de operações complexas eu olhar pro meu irmão e dizer: deixa que eu vou. Isso é zelo, é cuidado”, afirma Mauro.
Um apoiando ao outro
No Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), os irmãos Mourão têm uma história semelhante aos irmãos Arcelino. Adlanta e Brito também seguiram os mesmos sonhos, de serem inspetores da Polícia Civil.
“Há nove anos fizemos o mesmo cursinho juntos para nos prepararmos para o concurso da Polícia Civil. O Brito é cinco anos mais velho que eu e, quando surgiu a oportunidade, estudávamos juntos em casa também, um incentivando o outro. Passamos no exame e começamos a trabalhar anos mais tarde na mesma delegacia. Agora, no DHPP, trabalhamos em salas vizinhas”, conta a inspetora Adlanta Mourão, da 5ª Delegacia de Homicídios do DHPP.
Adlanta relata que houve um momento muito difícil na vida dos irmãos, que a ligação sanguínea falou mais forte, foi em uma operação policial há dois anos.
“Nós saímos de madrugada para essa operação, quando recebi na frequência da viatura a notícia que um policial havia sido baleado. Naquele momento eu tive a certeza que era o Brito. Cheguei no local e era ele, mas foi um ferimento leve e ele logo se recuperou. Ter um familiar na mesma profissão tem dessas coisas”, relata a inspetora.
Para Francisco Mourão, o “Brito”, irmão de Adlanta, terem escolhido a mesma profissão os uniu ainda mais. Ele conta que mais um irmão, Kaisar Mourão, também segue carreira na Polícia Civil.
“Nas reuniões em família a gente divide o nosso dia a dia e tem mais assunto para conversar. A gente escolher a mesma profissão nos uniu mais. Quando éramos crianças a gente brigava e hoje a gente compreende um ao outro em todos os aspectos, além de dividirmos os mesmos sonhos”, diz Francisco Mourão, inspetor da 4ª Delegacia de Homicídios do DHPP.
Ele conta que irão celebrar o Dia do Irmão juntos, no mesmo plantão. “Nosso Dia do Irmão será trabalhando, mas junto um do outro. Me espelho no profissionalismo da minha irmã. Quero compartilhar a companhia dela pra sempre, no trabalho e na vida”, finaliza.