A OAB é conhecida pela atuação crítica em relação aos governos. Diga-se de passagem de qualquer governo, tanto na esfera local, quanto na federal. Ninguém pode negar a atuação combativa dos advogados, por décadas, em defesa do estado democrático de direito, da proteção ao cidadão em geral e dos direitos humanos de maneira mais específica.
Faltando 09 dias para a eleição da Ordem, de 21 de novembro, que irá eleger o novo Conselho da OAB/DF, vale refrescar a memória da categoria e refazer a linha do tempo desta tão consagrada Instituição.
No DF, quem não se lembra da atuação da advogada Estefânia Viveiros, que teve a coragem de pedir oficialmente o impeachment do ex-governador José Roberto Arruda, atolado por denúncias de corrupção à época e que até hoje continua inelegível.
Outro presidente da Ordem que merece ser lembrado por sua atuação combativa, foi o atual governador do DF, Ibaneis Rocha, que também presidiu a OAB. Enquanto ocupou a cadeira de presidente ele se destacou no enfrentamento ao governo Agnelo Queiroz, entrando com diversas ações importantes. Neste período, Délio Lins e Silva era aliado do governo petista, tendo sua esposa nomeado no Jardim Zoológico de Brasília.
Em seu mandato como presidente da OAB/DF Ibaneis Rocha moveu 07 (sete) Ações diretas de inconstitucionalidade contra o governo local e em outras 07 (sete) pediu o ingresso da Ordem como amiga da corte (amicus curiae), que tem por finalidade fornecer subsídios às decisões dos tribunais, oferecendo-lhes melhor base para questões relevantes e de grande impacto.
Depois, Juliano Costa Couto também fez um excelente trabalho de enfrentamento dos governantes, desta vez contra Rodrigo Rollemberg, inclusive contra o aumento exorbitante das passagens de ônibus na cidade. Ele também enfrentou os deputados da Câmara Legislativa, quando tentaram impedir o trabalho dos motoristas de aplicativos do DF. Vale ressaltar que nenhum dos governadores acima combatidos, pela luta incansável da OAB/DF, conseguiu se reeleger.
De uns tempos para cá, os governantes estão tendo sossego e a ordem parou. Possivelmente o Governador Ibaneis agradeça todos os dias pela inércia demonstrada pela atual direção da OAB, que segue a linha: quando não se sabe o que fazer, é melhor não fazer nada.
Eleito com a proposta de independência, Délio Lins e Silva declarava que a OAB/DF não seria um “puxadinho do Buriti”, mas ao contrário de seus antecessores, Délio abriu mão do devido uso das proposições de ações diretas de inconstitucionalidade e de vários outros instrumentos tão importantes que poderia ter usado contra o GDF. Não é atoa que quando se pesquisa sobre o tema no próprio site da OAB/DF, a última notícia é de 2017.
Atualmente, o atual presidente da OAB/DF, lembra seu mentor, Kiko Caputo, que mantinha calorosa amizade com o ex-governador José Roberto Arruda, possivelmente em retribuição ao apoio que teve para se reeleger. Vale lembrar, que no governo Agnelo obteve indicações de cargos importantes, inclusive para seu compadre para ocupar a cadeira de Secretário de Segurança Pública do DF. Antes disso, durante o caos político, após a prisão do aliado José Roberto Arruda, Kiko Caputo foi contra o pedido de intervenção federal proposto pelo MPF.
Com tanta inércia e falta de coragem para agir, a OAB/DF, por meio de seu presidente Délio Lins e Silva, segue os passos de seu mentor Kiko Caputo, que sempre inspirou subserviência aos governos e sempre foi o candidato ideal para qualquer governante. Ambos provaram que não usaram a força da Ordem em defesa do advogado e muito menos da sociedade, mas exclusivamente para os interesses da sua confraria de amigos.
A promessa de não ser um “puxadinho do Buriti” deu lugar a omissão e a subserviência, sorte de Ibaneis Rocha que teve um possível adversário político, como um silente aliado.
Da redação do Policiamento Inteligente com informações do Portal BSB Times.