Uma comoção a respeito do paradeiro da estrela de tênis chinesa Peng Shuai se intensificou nesta sexta-feira (19), quando a Associação de Tênis Feminino (WTA) disse estar preparada para retirar torneios da China em reação ao caso, o que levou um editor influente da mídia estatal da China a criticar a organização por usar um “tom coercitivo”.
Ex-número um de duplas do mundo, Peng não é vista ou ouvida em público desde que disse em redes sociais chinesas no dia 2 de novembro que o ex-vice-premiê chinês Zhang Gaoli a coagiu a fazer sexo e que mais tarde eles tiveram um relacionamento consensual ocasional.
Nem Zhang, nem o governo chinês comenta a alegação. A postagem de Peng foi apagada rapidamente e o tópico está bloqueado para debates na internet chinesa altamente censurada.
#WhereIsPengShuai pic.twitter.com/t8SPCrqnMl
— wta (@WTA) November 18, 2021
A preocupação na comunidade global do tênis e além a respeito da segurança e do paradeiro de Peng cresce desde a acusação, e a WTA pediu uma investigação. Algumas das maiores tenistas do mundo, como Serena Williams e Naomi Osaka, assim como o Comitê Olímpico Alemão, tuitaram #WhereIsPengShuai (onde está Peng Shuai?).
O tema emerge no momento em que a China se prepara para sediar a Olimpíada de Inverno de Pequim em fevereiro em meio a pedidos de boicote de grupos ativistas em reação ao histórico de direitos humanos do país. O Comitê Olímpico Internacional (COI) não comenta o caso Peng, dizendo acreditar que uma “diplomacia silenciosa” oferece a melhor oportunidade de uma solução.
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O executivo-chefe da WTA, Steve Simon, disse a vários veículos de notícias norte-americanos nesta quinta-feira (18) que o circuito cogitará retirar torneios de dezenas de milhões de dólares da China.
A Associação de Tênis na Grama (LTA, na sigla em inglês) do Reino Unido emitiu um comunicado dizendo que está oferecendo sua assistência para que a WTA estabeleça a “segurança e o bem-estar” de Peng Suai.
“A prioridade imediata é garantir que Peng Suai esteja segura e bem e, além disso, que ela possa falar livremente sem estar sujeita a qualquer forma de censura”, disse.
* Texto em parceria com Nick Mulvenney, em Sydney; reportagem adicional de Sudipto Ganguly, em Mumbai (Índia)