Nos últimos meses a Polícia Militar tem superado as expectativas com relação a número de ocorrências. Nem parece que o efetivo é um dos mais baixos dos últimos anos. Sem concurso para soldados há mais de 4 anos a instituição prova que menos é mais. Mas nem tudo são flores na Polícia Militar do Distrito Federal. Nos últimos meses também tem surgido notícias de policiais militares envolvidos com corrupção, com grilagem de terras públicas, envolvidos com o crime organizado e ontem notícias de policiais envolvidos com a violência policial.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou ontem pela manhã a Operação Cruciatuas, com o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão para esclarecer suspeitas de crime de tortura e extorsão atribuídos a integrantes do Grupamento Tático Operacional do 21º Batalhão de Polícia Militar, em São Sebastião.
Na investigação, três supostas vítimas relataram ao MPDFT terem sofrido extorsão por parte de policiais militares. Eles exigiam a entrega de armas em troca de não prendê-las e autuá-las em flagrantes forjados de posse ou tráfico de drogas. Nove policiais estão sob investigação.
As vítimas também relataram terem sido espancadas pelos PM´s. Em um dos depoimentos, uma delas informou que foi ameaçada de morte por um militar que utilizava uma arma fria, ou seja, sem registro da corporação e que pode ter sido tomada criminosamente de outras pessoas.
A Operação Cruciatus está sob a responsabilidade dos promotores de justiça do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), que atuam também no combate à tortura policial, e da Promotoria de Justiça. As vítimas procuraram o MPDFT para relatar os crimes.
As buscas foram realizadas com autorização da Auditoria Militar, no 21º BPM e na casa dos PM´s investigados. Na unidade da PM, os investigadores encontraram uma substância parecida com maconha. A suposta droga será encaminhada para análise. A Auditoria Militar determinou o afastamento dos nove policiais militares sob investigação do trabalho de policiamento ostensivo.
A assessoria de comunicação da PM informou que a Corregedoria da Corporação, em cooperação com o MPDFT e a Promotoria de Justiça Militar, “atuou em uma operação, visando colher provas para averiguar denúncias contra policiais que teriam praticado ilícitos”. No comunicado a PM reforçou que, para preservar as investigações, os policiais serão afastados das funções operacionais, terão o porte de arma suspenso e serão transferidos da unidade policial até o fim da apuração.
O nome da operação faz referência à maldição da tortura voltada a causar dores psicológicas e físicas. Cada dia os nomes das operações são mais criativos e uma verdadeira aula de filosofia.
Com informações do Jornal Aqui DF.