O tapete verde da Câmara dos Deputados é o sonho de boa parte dos políticos do Distrito Federal. As oito cadeiras que a capital tem direito na Casa simbolizam prestígio e podem atrair os holofotes nacionais, ainda mais se o parlamentar conquistar a relatoria de projetos importantes nas comissões. Além disso, o foro privilegiado, que dá prerrogativa a ser julgado somente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser um trunfo em tempos de escândalos políticos e operações de combate à corrupção.
No entanto, o caminho para ser eleito deputado federal é um dos mais complicados. Pela quantidade de vagas, a concorrência se dá voto a voto. Nas próximas eleições, então, a disputa envolve lideranças partidárias e políticos tradicionais da capital federal. É o caso do presidente regional licenciado do MDB Tadeu Filippelli. Principal nome do partido no DF, o ex-vice-governador foi eleito três vezes deputado federal.
“Eu fiz a comunicação ao grupo político a que pertenço. Foi uma decisão partidária, um consenso”, diz.
Apesar da experiência no Legislativo, Filippelli se licenciou diversas vezes do mandato para ocupar cargos na administração do DF. Em 1999, a convite do então governador Joaquim Roriz, deixou a Casa para assumir como Secretário de Infraestrutura e Obras. Em 2003, a licença foi para comandar a Agência de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano. Em 2010, renunciou para ser vice-governador ao lado de Agnelo Queiroz (PT).
Mas a missão não é tão simples. O destino do coronel da reserva da Polícia Militar está em aberto. Em reuniões com aliados, Fraga se coloca como pré-candidato ao GDF, mas não descarta a possibilidade de se arriscar para o Senado ou, até mesmo, à reeleição à Câmara dos Deputados.
“Não cabe hipocrisia. Tenho sete mandatos. Tenho uma história, um caminho aqui dentro. As pessoas me conhecem. Então, para quem está chegando agora é mais difícil”, reconhece o deputado Augusto Carvalho (SD).
“A princípio, vou sair como deputado federal novamente, mas não levo vantagem. A gente tem feito importantes embates na Câmara, o que não significa que vamos ter voto em razão disso”, avalia.
“Estou na condição de pré-candidata a deputada federal. Estamos trabalhando para aumentar a bancada do PT na Câmara Federal, e eu, como única mulher da bancada, acho importante formar uma chapa para representar essas vozes do DF que não têm espaço.”
“Não acho que o fato de eu ter sido o mais votado pode me dar mais chances. Eu acredito no trabalho que realizamos nesses três anos, com projetos aprovados e presença nas cidades satélites”, avalia.
Flávia Arruda (PR) também deve tentar uma vaga na Câmara dos Deputados pela primeira vez. Mulher do ex-governador do DF José Roberto Arruda, Flávia tem aparecido ao lado do correligionário Jofran Frejat em eventos públicos. Ela foi candidata a vice-governadora na chapa de Frejat em 2014, após o marido ter sido barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa. A dupla perdeu a eleição para Rodrigo Rollemberg no segundo turno. Apesar de não confirmar a pré-candidatura, a ex-primeira dama conta com o apoio do presidente regional da legenda, Salvador Bispo. “Ainda não defini isso. É uma questão muito pessoal. Não tomei a decisão”, afirma Flávia.
Fonte: Portal do Jornal Correio Braziliense – Bruno Lima – Especial para o Correio