No dia 01 de março de 1971, há exatos 51 anos, fomos declarados Aspirantes a Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal.
Para tanto, rompemos com a convivência próxima com queridos entes familiares; com amizades forjadas na juventude; com experiências do modo de vida em nossas terras de origem.
Viemos de deferentes locais do nosso imenso Brasil. Cariocas, Gaúchos, Pernambucanos, Baianos, Paulistas. Todos movidos por um único objetivo: Vencer.
Contrariamente ao que se pode pensar, a diversidade de culturas regionais foi fator fundamental para fortalecer a nossa convivência, sobretudo por sermos todos oriundos da maior forja de brasilidade e disposição para as lutas por “um lugar ao sol” que conheço. Todos somos forjados do cadinho especializado em transformar diferentes em iguais, quando se trata de defender objetivos coletivos e influenciar a consolidação de posturais pessoais adequadas aos interesses comuns da coletividade.
A nossa origem em unidades das Armas e Serviços do Exército Brasileiro; as histórias comuns de desapego ao modo de vida em nossos rincões natais; a convivência em alojamentos coletivos na época em que prestávamos concurso para ingresso na nossa amada Corporação, são os principais fatores do nosso sucesso na busca dos objetivos de um futuro promissor.
Vencemos, porque, obstinados, nos amparamos uns nos outros visando superar os medos do desconhecido, as incertezas de adaptação a uma terra, para muitos de nós, inóspita e fora dos padrões urbanísticos e arquitetônicos em que crescemos; desenvolvemos um pensamento comum de que, dos nossos esforços, dependia as nossas conquistas na competição do certame.
Outros que nos antecederam, também chegaram a Brasília, movidos pela coragem e determinação para desbravar o desconhecido, em processos de tomada de decisão pessoal semelhantes ao nosso. Um contingente de profissionais oriundas da Polícia Militar do Rio de Janeiro (a quem chamo de “irmã-mãe”), são os pioneiros na implantação da nossa Corporação. A eles se seguiram os primeiros profissionais forjados no Exército Brasileiro que chegaram para constituir a Guarda Especial de Brasília, e que, com a extinção da GEB, optaram pelo ingresso na PMDF.
Foram estes que mostraram que o recrutamento de Oficiais R2 do Exército, era uma iniciativa interessante para mobiliar o quadro de oficias combatentes da emergente PMDF. Foi, portanto, a partir deles que o processo de ingresso de R2 na nossa Corporação se consolidou e prosperou por décadas, aliado à política de formar oficiais em escolas de coirmãs, até que a Corporação criou a sua própria Academia de Formação.
Sob a liderança de Oficiais oriundos da PMERJ, bem como de “R2” mais antigos, amadurecemos a nossa preparação para o exercício do comando, tendo, entre os Gebianos, os nossos principais mestres. A todos estes, em especial ao Coronel Yvanildo Figueiredo de Andrade Oliveira, Comandante-Geral que desencadeou o recrutamento dos integrantes da nossa Turma, mercê uma grande mobilização com cobertura em todas os Estados da Federação, devemos, nesta data, render homenagens.
Chagamos e, por nossos méritos, angariamos na Corporação respeito e admiração dentre quadros de oficias e praças do passado e do presente, em face da nossa dedicação, competência na execução das missões e amor corporativo. Foi daí que emergiram grandes comandantes e líderes.
Portanto, mercê a trajetória profissional da qual nos orgulhamos muito, podermos continuar ecoando o pensamento que moveu e moldou a nossa participação para o fortalecimento da PMDF, como uma importante instituição de Estado a serviço de todos os habitantes do Distrito Federal: “Vencem os que acreditam que vencerão! ” (Emerson).
Meus parabéns para cada um dos integrantes da nossa Turma Ralph Veleda!.
Um emocionado abraço a cada um de vocês.
Texto de José Fernandes