A 3ª Câmara Criminal do TJ do Rio manteve por unanimidade a sentença de absolvição do monitor do futebol de base do Flamengo Marcus Vinicius Medeiros. Ele estava presente no centro de treinamento do time, o Ninho do Urubu, no dia do incêndio que matou dez jovens atletas e feriu outros três, em fevereiro de 2019.

Medeiros já tinha sido absolvido por decisão do juiz Marcos Augusto Peixoto, mas o caso foi reanalisado após recursos do Ministério Público. No entanto, um colegiado de desembargadores manteve a decisão. A relatora do processo, desembargadora Suimei Meira Cavalieri destacou que o réu era um apenas trabalhador do clube e obedecia a ordens superiores. Por isso, não poderia imaginar o risco de se afastar dos módulos habitacionais, onde os adolescentes dormiam, que foram instalados dentro de contêineres e pegaram fogo após um curto circuito. A defesa alegou ainda que o denunciado não contribuiu para a tragédia e que chegou a salvar três vítimas, colocando-se em risco.

A magistrada ressaltou ainda que depoimentos e vídeos do sistema de vigilância mostram que o monitor levou 50 segundos para chegar ao local do incêndio após ser chamado por um dos adolescentes, o que demonstra que ele não estava distante de seu posto de trabalho e que não deixou os atletas desamparados. Outros oito réus continuarão respondendo pelo crime de incêndio culposo qualificado pelos resultados de morte e lesão grave. Isso inclui diversos ex-dirigentes do clube porque, ao aceitar a denúncia do Ministério Público, a justiça entendeu que o time agiu, efetivamente  para  causar a tragédia.