A Polícia Civil  de Goiás e a Polícia Civil de São Paulo realizaram, na manhã desta terça-feira (5), a Operação 2 Face, com a participação de 300 policiais civis, em quatro estados da Federação, para combate a fraudes cometidas por meio de aplicativo WhatsApp no Estado de Goiás e outras regiões do país. Ao todo, ação cumpriu 31 mandados de prisão, sendo 28 apenas em Goiás. De acordo com a investigação, o grupo causou prejuízo estimado de mais de R$ 3 milhões em todo país para dezenas de vítimas.

Segundo as investigações, iniciadas em agosto do ano passado, em Presidente Prudente/SP, a organização criminosa, com atuação predominantemente Goiás,  utilizava ardil em fraude eletrônica, primeiro, obtendo fotografia em rede social e aplicativo de mensagem de vítimas para, depois, em busca e auxílio de outros criminosos digitais (com o cruzamento de informações), entrar em contato com familiares próximos (amigos, sócios, etc – todos pesquisados em redes sociais) informando a troca de prefixo telefônico (em chip cadastrado com a foto do conhecido) e, após, solicitando valores sob alegação de problema no aplicativo bancário.

Com sete meses de ações de inteligência, em atos legítimos autorizados pela Justiça competente e pareceres favoráveis do Ministério Público paulista, com os cruzamentos de informações em fontes abertas e fechadas, em tese, houve o desvendamento dos crimes que possibilitou a representação cautelar policial, todas deferidas, que subsidiou o deferimento de 41 mandados de prisões preventivas; 56 mandados de buscas domiciliares; bloqueios e sequestros de contas cadastradas em 41 CPF’s, além, de uma dezena de sequestros de contas em cripto ativos.

Todos os suspeitos presos permanecerão nos estados de origem e serão indiciados 10 dez vezes pela prática do crime de estelionato eletrônico, falsidade ideológica, falsa identidade, integrar organização criminosa, além do ilícito de lavagem de dinheiro (na modalidade tentada e consumada). Apenas no Estado de São Paulo será possível o esclarecimento de pouco mais de 600 fatos criminosos registrados nas cidades paulistas, além de centenas ocorridas em outros estados da Federação.

A operação aconteceu concomitantemente em Goiás, Roraima, Pará e Minas Gerais. O nome da operação foi escolhida em tradução simples da escrita americana “two face”, usando o número não extenso, “duas faces” , em metáfora ao ardil eletrônico usado pelos criminosos que solicitam dinheiro das vítimas se passando por conhecidos, inclusive, com fotografias retiradas das redes sociais ou telefônicas.