Susana Schnardorf é movida a desafios. É o que ela mesma costuma dizer. O próximo deles é fazer índice para disputar o Mundial de natação paralímpica, em Portugal, daqui dois meses. Para quem marca presença na competição desde 2013 e esteve também em três Paralimpíadas, conquistar a vaga parece natural, mas não funciona assim quando se tem uma doença degenerativa. Susana convive há 16 anos com a atrofia de múltiplos sistemas. Quando foi diagnosticada, a expectativa era que ela vivesse por apenas mais três anos. Então, cada braçada dela é também um golpe nas probabilidades.
Na natação paralímpica, atletas com deficiências fisico-motoras são divididos em classes de um a dez. Quanto menor o número, maior o grau do comprometimento. Quando entrou para o movimento paralímpico, Susana era classe S8. Hoje, já é classe S4. Ela aguarda o ano que vem – o último antes da Paralimpíada de Paris (França) – para, quem sabe, ser reclassificada na classe S3, mais adequada ao atual estágio da deficiência e que a tornaria mais competitiva.
Aos 53 anos, Susana sabe que a carreira como atleta paralímpica está perto do fim. Quer encerrá-la com chave de ouro (prata ou bronze) em Paris. O que não significaria deixar as piscinas. Antes da deficiência, ela foi pentacampeã brasileira de triatlo e disputou 13 vezes o Ironman, uma das maiores provas de resistência do mundo. O sonho da gaúcha, depois de 2024, é voltar ao Ironman.