Aos 11 anos, Kaynan andou a cavalo pela primeira vez. Não parou por aí: ele viu e alimentou cabritos, porcos, coelhos e galinhas, experiências que pareciam impossíveis para o menino com atrofia muscular espinhal. “Foi muito bom ver nosso filho viver aquilo. Nos sentimos sem limitação alguma”, conta a mãe do menino, Jusceli Dias. Ela e seu filho participaram do passeio promovido pelo Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (NRAD) do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) à Fazendinha Azul, no Park Way.

Kaynan Dias, 11 anos, andou a cavalo pela primeira vez. “Foi muito bom ver nosso filho viver aquilo. Nos sentimos sem limitação alguma”, conta a mãe do menino, Jusceli Dias | Fotos: Divulgação/Secretaria de Saúde

Vinte crianças acompanhadas pelo NRAD tiveram a oportunidade de ter contato próximo com a natureza, com atividades ao ar livre, incluindo até banho em um riacho. “Ele gostou muito. Sorria para tudo. Deu para perceber a felicidade dele. A equipe está toda de parabéns”, elogia Marli Italiano, mãe de Ramon Italiano, 11, acompanhado pela equipe da Secretaria de Saúde por conta de uma paralisia cerebral.

“Percebemos que as crianças com condições crônicas complexas de saúde estavam muito imersas num mundo de cuidados médicos, distantes da infância, do brincar, de uma vida mais leve”, explica a chefe do NRAD, Amanda Brito. O dia recreativo foi oferecido pela Fazendinha Azul e teve apoio do Corpo de Bombeiros, que deu o transporte para as crianças e seus familiares. O foco da equipe foi promover a inclusão em um ambiente diferente das residências ou de hospitais.

Serviço

O NRAD oferece atendimento médico, de enfermagem, fisioterapia, serviço social, psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e nutrição a pacientes em internação domiciliar. Atualmente são 129 pacientes de Ceilândia atendidos, entre crianças, adultos e idosos. “Esse apoio é muito bom para que a gente possa cuidar dos nossos filhos”, afirma a venezuelana Isidra Contreras, que imigrou para o Brasil com seu filho Samuel, 2 anos, e tem recebido o apoio do NRAD de Ceilândia.

Isidra Contreras com o filho Samuel, 2 anos, no riacho da Fazendinha Azul, no Park Way

Também há Núcleos Regionais de Atenção Domiciliar em Brazlândia, Gama, Santa Maria, Guará, Taguatinga, Samambaia, Recanto das Emas, Plano Piloto, Planaltina, Sobradinho, Núcleo Bandeirante e São Sebastião. O acesso ao serviço se dá por meio de uma Unidade Básica de Saúde, Hospitais ou Unidades de Pronto Atendimento (UPA), a partir da elaboração de um relatório médico detalhado sobre o quadro clínico do paciente e os serviços de acompanhamento necessários.

O serviço atende pacientes acamados ou que demandam cuidados constantes em um quadro clínico estável. É o caso de portadores de sequelas, pacientes oncológicos ou neurológicos, traqueostomizados e pessoas em cuidados paliativos. O objetivo do projeto é promover uma assistência de saúde de maneira humanizada, além de reduzir a ocupação de leitos e de fortalecer a autonomia dos pacientes e de suas famílias.

*Com informações da Secretaria de Saúde

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