O 1º Fórum de Monitoramento do Plano Integrado para Prevenção, Vigilância e Controle da Sífilis 2021-2024 foi realizado nesta quarta-feira (26). O evento, que debateu a situação da infecção sexualmente transmissível no Distrito Federal, no Brasil e nas Américas, ocorreu no auditório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS).
No Distrito Federal, os casos de sífilis vêm aumentando. Entre os anos de 2017 a 2021, foram notificados 9.813 casos de sífilis adquirida, 3.370 casos de sífilis em gestantes e 1.645 casos de sífilis congênita, que é quando a doença é transmitida de mãe para filho. Quanto à sífilis adquirida, em 2021, foi observado um aumento no número de casos entre homens na faixa etária de 40 a 59 anos. No ano anterior, o maior número de casos ocorreu entre homens de 20 a 39 anos.
O diretor de Estratégia de Saúde da Família, José Eudes Barroso, representou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, e destacou a importância de debater o tema e falar da transmissão vertical da sífilis, principalmente em gestantes, que correm o risco de passar a doença para seus filhos.
“Precisamos rever os processos de trabalho, principalmente na Atenção Primária, para melhorar a capacidade de diagnóstico e tratamento, reduzindo assim a transmissão, principalmente, da sífilis congênita. Além disso, fortalecer o pré-natal, que é onde a gestante é acompanhada”, afirmou Barroso. Segundo o diretor, a qualificação dos profissionais da Atenção Primária é um caminho para aumentar a capacidade de manejo da doença.
De acordo com dados da Opas/OMS, são 7,1 milhões de casos de sífilis no mundo, sendo que, desse total, 2,5 milhões são nas Américas. A meta é aumentar a testagem em todo o mundo, tendo em vista que já há testes rápidos para diagnóstico de sífilis, HIV e hepatite.
“Temos que analisar todas as ações, verificar quais são os nossos desafios e o que ainda é preciso fazer para acabar com a transmissão de sífilis, que hoje é um problema de saúde pública mundial”, afirmou o representante da Opas/OMS no Brasil, Miguel Aragon, representando Socorro Gross.
O representante da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Pereira, destacou que a prevenção da sífilis é uma maneira de evitar também outras infecções sexualmente transmissíveis, como HIV e hepatites. “É importante notificar os casos, diagnosticar e tratar. Além disso, também é necessário tratar o assunto sem tabu”, frisou.
Ações educativas
A Gerência de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde (SES) promove a atualização dos profissionais de saúde para incentivar a população a procurar as unidades básicas de saúde (UBSs) para fazer a testagem e o tratamento para sífilis. Além disso, a gerência estimula que os serviços de saúde promovam ações que ofertem testes rápidos, pois há um crescimento no número de casos.
“Essas ações visam alertar a população para a gravidade da doença, formas de prevenção e tratamento, buscando focar no público-alvo, populações chaves e populações prioritárias. Combater a sífilis é uma responsabilidade de todos”, alerta a gerente substituta de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Daniela Magalhães.