O general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro entre 2015 e 2019, usou o Twitter nesta segunda-feira para criticar o filósofo Olavo de Carvalho, uma das personalidades mais influentes do presidente Jair Bolsonaro e que vem nas últimas semanas tecendo diversas críticas aos militares que integram o governo.
Em uma postagem na rede social, o general chamou Carvalho de “Trótski da direita” e o acusou de não contribuir para a busca de soluções concretas para o país. “(Carvalho) age no sentido de acentuar as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país”, escreveu o Villas Bôas.
“Mais uma vez, o sr. Olavo de Carvalho, a partir de seu vazio existencial, derrama seus ataques aos militares e às FFAA, demonstrando total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia. Verdadeiro Trótski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros. Por outro lado, age no sentido de acentuar as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país. A escolha dos militares como alvo é compreensível por sua impotência diante da solidez dessas instituições e a incapacidade de compreender s valores e pricípios que as sustentam”, diz a íntegra da nota divulgada por Villas Bôas.
Santos Cruz
A postagem foi feita depois de uma série de postagens de Olavo de Carvalho, também pelo Twitter, com críticas ao general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro.
Entre a tarde de domingo e a manhã desta segunda-feira (6/5), Olavo fez uma série de notas, acusando Santos Cruz de querer controlar a internet (referência a uma entrevista do general ao jornal O Estado de S. Paulo semanas atrás) e chegando a chamá-lo de “seu merda”.
Na entrevista, Santos Cruz refletiu sobre como deve ser o uso das redes sociais da seguinte maneira: “Isso tem de ser feito. Mas tem de usar com muito cuidado, para evitar distorções, e que vire arma nas mãos dos grupos radicais, sejam eles de uma ponta ou de outra. Tem de ser disciplinado, até a legislação tem de ser aprimorada, e as pessoas de bom senso têm de atuar mais para chamar as pessoas à consciência de que a gente precisa dialogar mais, e não brigar”.
No último domingo, o presidente Bolsonaro voltou a falar do assunto. “Em meu governo, a chama da democracia será mantida sem qualquer regulamentação da mídia, aí incluídas as sociais. Quem achar o contrário, recomendo um estágio na Coreia do Norte ou Cuba”, publicou Bolsonaro no Twitter. Pouco depois, o ministro e Bolsonaro se reuniram no Palácio da Alvorada, em um encontro que não estava prevista na agenda.
Informações do Jornal Correio Braziliense