Um balão esférico de seis metros de diâmetro, com 113 metros cúbicos de hidrogênio, construído com seda japonesa e que, esvaziado, poderia ser guardado em uma mala de mão. Batizado de Brasil, esse balão de ar quente menor e mais leve que os habituais, foi apresentado no céu da França, em 4 de julho de 1898, pelo pai da aviação, Santos Dumont.
A inspiração do inventor surgiu a partir da leitura de um livro que narrava a expedição do engenheiro sueco Salomon August Andrée em um balão a gás até o Polo Norte. Depois disso, mesmo trabalhando em segredo e sem coragem de pôr as ideias em prática, Santos Dumont resolveu embarcar rumo a Paris e ir ao encontro dos maiores fabricantes de balão daquele período.
Em solo francês, o brasileiro passou a trabalhar com o empresário Henri Lachambre e o mecânico Alexis Machuron. Em seus registros, Santos Dumont conta que conversou com os construtores e definiu que faria um balão pequeno que pudesse aguentar seu corpo de 50 kg.
Com apenas 24 anos na época, o inventor acreditava que pensavam que ele “era doido” mas, alguns meses depois, acabou deixando até os balonistas mais experientes impressionados ao cruzar o céu de Paris com seu balão “Brasil”. Nas palavras do próprio inventor, o balão era “lindo na sua extrema transparência, como uma grande bolha de sabão”.
Santos Dumont inovou ao realizar o primeiro voo do menor balão já construído para levar uma pessoa a bordo. O brasileiro deixou escrito que sentiu “uma espécie de alegria selvagem” que “dominava seus nervos” enquanto apresentava sua invenção no ar.
História Hoje é um quadro da Rádio Nacional publicado de segunda a sexta-feira na Radioagência Nacional. Ele rememora acontecimentos marcantes e curiosidades de cada dia do ano. Acesse todos os episódios aqui.
História Hoje
Redação: Beatriz Evaristo
Apresentação: Dilton Santa Fé
Sonoplastia: Jailton Sodré
Edição: Sheily Noleto
Publicação web: Patrícia Serrão
