O ex-superintendente da Fórmula 1 Bernie Ecclestone disse nesta terça-feira (12) que Felipe Massa está certo em levar sua luta para ser reconhecido como o campeão mundial de 2008 ao Tribunal Superior de Londres.
Os advogados do ex-piloto da Ferrari anunciaram na segunda-feira (11) uma ação legal contra a Formula One Management (FOM), a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e Ecclestone.
O brasileiro de 42 anos também está pedindo indenização por perdas financeiras estimadas em cerca de 64 milhões de libras (R$ 407,6 milhões) mais juros por ter perdido o título por um único ponto para o britânico Lewis Hamilton.
Ecclestone disse à Reuters, por telefone, do Brasil, que se ele fosse o empresário de Massa, o teria aconselhado a entrar com uma ação na Inglaterra.
“A melhor coisa que ele poderia fazer é processar na Inglaterra. Ele quer algo direto, então será direto. Não há interesse de ninguém. Então, vamos esperar para ver”, disse o britânico de 93 anos. “Talvez o ajude se um juiz inglês sair e disser algo a seu favor, isso seria bom para ele.”
Ecclestone tem muita experiência com o sistema jurídico britânico, mais recentemente em outubro passado, quando pagou 652,6 milhões de libras (R$ 4,2 bilhões), mas foi poupado de uma pena de prisão depois de se declarar culpado de enganar a autoridade fiscal britânica sobre ativos no exterior.
Em 2014, ele venceu um processo no tribunal superior movido contra ele pela empresa de mídia alemã Constantin Medien, que havia solicitado 100 milhões de dólares em danos após a venda de uma participação no esporte oito anos antes.
No mesmo ano, ele pagou 100 milhões de dólares (R$ 498 milhões) para encerrar um processo de suborno na Alemanha.
A reivindicação de Massa tem relação com uma declaração de Ecclestone ao site alemão F1 Insider, afirmando que o brasileiro deveria ter sido campeão mundial em 2008 e foi “privado do título que merecia” devido a um escândalo no Grande Prêmio de Cingapura.
Ecclestone repetiu no ano passado de que não se lembrava de ter dito isso e afirmou que havia tentado, em vão, encontrar uma gravação.
Massa estava liderando a corrida desde a pole position quando o compatriota Nelsinho Piquet bateu seu Renault no muro na 14ª volta de 61, levando ao safety car.
O companheiro de equipe de Piquet, Fernando Alonso, venceu, enquanto Massa não conseguiu pontuar depois de um pitstop malfeito.
Piquet revelou em 2009 que os chefes de equipe, que posteriormente foram banidos, ordenaram que ele batesse.
Massa quer que a FIA reconheça que violou seus próprios regulamentos ao não investigar imediatamente o acidente e cancelar o resultado da corrida, o que o teria tornado campeão.
A FIA, com sede em Paris, e a FOM, com sede em Londres, parte da empresa norte-americana Liberty Media, não comentaram o processo legal do brasileiro.
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