Nesta quarta-feira (17), data em que é celebrado o Dia do Campo, os professores das sete escolas rurais da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Gama se reuniram em uma programação especial dedicada ao assunto. O evento, realizado no Centro Educacional Casa Grande, teve como objetivo discutir as dificuldades enfrentadas por cada escola rural e abordar particularidades para fortalecer a educação do campo no Distrito Federal.
Durante toda a programação, os servidores tiveram a oportunidade de participar de palestras, debates e oficinas, abordando temas como prevenção de violência doméstica e a construção de uma educação antirracista.
A professora Patricia Aguiar Pontes, do ensino fundamental do CED Casa Grande, colaborou com a oficina Pensando e Vivenciando a Psicomotricidade no Chão da Escola. “A iniciativa foi muito bacana, principalmente por tratar a educação do campo, que muitas vezes não recebe o devido destaque. Essa luta pelo direito, igualdade, é indispensável”, afirma.
A oficina propôs reflexões sobre o brincar e o lúdico, visando trabalhar o movimento e a educação desde o nascimento da criança. Para Patricia, essa abordagem integral da educação é fundamental para o desenvolvimento dos estudantes, especialmente em contextos rurais.
Dia do Campo
O Dia do Campo foi instituído pela Portaria nº 419/2018 da Secretaria de Educação do Distrito Federal como uma forma de fortalecer a educação do campo, que se tornou modalidade específica de ensino em 1998. Esta modalidade é centrada em princípios e procedimentos pedagógicos voltados para a população do campo em suas variadas formas de produção da vida.
A data escolhida, 17 de abril, é simbólica por fazer alusão ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, um marco histórico na luta camponesa. Durante este dia e ao longo de todo o mês de abril, as escolas do campo se reúnem para trocar experiências, promover ações com as comunidades, realizar momentos formativos, levantar diagnósticos, demandas e necessidades das unidades escolares das regiões rurais do DF.
Marcelo Capucci, vice-diretor do CED Casa Grande, ressaltou a importância do Dia do Campo. “É um dia de lutas, reflexões sobre a nossa prática e a necessidade de independência das escolas do campo, desde a merenda até a evasão dos alunos”, comentou. Capucci também enfatizou a importância de eleger anualmente uma nova escola para ser o espaço de discussão das dificuldades de cada uma delas. “Sempre ressaltamos a questão logística que envolve as sete escolas e a necessidade de reuniões com gestores e formações continuadas para alcançar um discurso unificado entre elas”, explica.
Escolas rurais
No Distrito Federal, as escolas do campo desempenham um papel vital na educação, com um total de 83 instituições que atendem a mais de 22 mil estudantes. Essas escolas, distribuídas em 10 coordenações regionais de ensino, contam com o comprometimento de 2.471 professores dedicados a fornecer uma educação de qualidade aos alunos das áreas rurais.
Na CRE do Gama, são 2.116 estudantes matriculados nas sete escolas rurais da regional. O CED Casa Grande, por exemplo, conta com 500 estudantes matriculados em sete segmentos diferentes, desde a educação infantil até a educação de jovens e adultos, além de oferecer ensino especial.
*Com informações da Secretaria de Educação
Fonte: Agência Brasília