As obras do Governo do Distrito Federal (GDF) vêm se destacando pela implementação de práticas sustentáveis e economicamente viáveis. Desde 2021, foi implementada a obrigatoriedade de Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para todos os projetos da Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF). O documento prevê que os resíduos gerados devem ter destinação adequada e os resultados já podem ser observados.

De acordo com dados divulgados pela pasta, a cada 100 metros cúbicos de terra ou entulho reaproveitados (o equivalente a 100 mil litros), a economia é de aproximadamente R$ 5,7 mil para os cofres públicos, incluindo taxas de descarte e custos de transporte. Esse valor não inclui a economia adicional gerada pela não necessidade de aquisição de novos materiais.

Um exemplo é a construção do Viaduto Engenheiro Luiz Carlos Botelho Ferreira, localizado na Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig). Lá foram escavados aproximadamente 127 mil metros cúbicos de terra. Destes, mais de 70% foram reaproveitados, seja na própria obra, em projetos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), como a terceira saída de Águas Claras, seja em obras de revitalização de parques, como o Burle Marx, gerenciadas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Além da terra, cerca de 15 mil metros cúbicos de resíduos de demolição foram gerados durante as obras. Estes resíduos foram divididos em duas categorias principais: pavimento (asfalto), conhecido como “fresado”; e concreto proveniente de calçadas e outras estruturas. O fresado foi reutilizado na recuperação de vias rurais e estacionamentos, enquanto o concreto foi encaminhado para a Unidade de Recebimento de Entulho (Ure), onde foi reciclado para uso em outras obras do governo.

“A adoção dessas práticas pelo GDF demonstra um compromisso com a sustentabilidade e a eficiência econômica”

Valter Casemiro, secretário de Obras e Infraestrutura

“A adoção dessas práticas pelo GDF demonstra um compromisso com a sustentabilidade e a eficiência econômica, mostrando que é possível realizar grandes obras com responsabilidade ambiental e economia de recursos”, afirma o secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro. Atualmente, além da Epig, diversas obras em andamento utilizam materiais reaproveitados, incluindo as do Setor de Oficinas Sul (SOF Sul), Estrada Setor Policial Militar (ESPM), Avenida Hélio Prates, Bacia do Túnel de Taguatinga e Sol Nascente. No Túnel Rei Pelé também foi adotada a prática de reaproveitamento.

Política de Gestão de Resíduos

A Política de Gestão de Resíduos foi instituída pela Portaria nº 25, de 26 de fevereiro de 2021. Entre os materiais reciclados ou armazenados para futuro uso estão solo de escavação, resíduos de demolição, artefatos quebrados, argamassa, concreto, tijolos, pisos e telhas cerâmicas, metal, madeira, plásticos, latas de tinta, gesso, vidro, tintas, solventes, óleo e amianto. Esses materiais são encaminhados para locais específicos, como a Ure, pátios rodoviários dos Distritos Rodoviários do DER-DF, usina da Novacap ou cooperativas de reciclagem.

Para os projetos que preveem a supressão de vegetação, o GDF também conta com legislação específica, para compensação florestal. Dessa forma, antes do início de qualquer obra, uma equipe técnica composta por biólogos faz um levantamento das árvores e plantas e o encaminha para análise do Instituto Brasília Ambiental, que irá indicar os prazos e as áreas onde será feito o plantio.

Há, ainda, espécies que são tombadas como Patrimônio Ecológico-urbanístico do Distrito Federal pela raridade, beleza, localização e função ecológica e não podem ser suprimidas. São elas: copaíba, sucupira- branca, pequi, cagaita, buriti, gomeira, pau-doce, aroeira, embiriçu, perobas, jacarandás, ipês e baru.

Fonte: Agência Brasília