O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, elogiou a decisão, tomada nesta terça (24), pelos Comitês Olímpico Internacional (COI) e Organizador dos Jogos de Tóquio (Japão) de adiar para 2021 a realização da Olimpíada e da Paralimpíada. A decisão foi tomada em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Na última sexta (20), o dirigente havia se manifestado contrário à manutenção dos eventos nas datas inicialmente marcadas.
“O Comitê Paralímpico Internacional [IPC, na sigla em inglês], o Comitê Organizador e o primeiro-ministro japonês [Shinzo Abe] nos fazem sentir orgulho de pertencer ao movimento esportivo. Eles nos mostram que os valores do esporte estão preservados e o ser humano, de acordo com esses valores, está sempre em primeiro lugar. Não tenho dúvidas de que o movimento esportivo, especialmente os atletas, darão sua resposta em reconhecimento às nossas organizações nos Jogos de 2021. Transformaremos a capital japonesa na capital do mundo e faremos do esporte um ponto importante para a recuperação da sociedade, tanto na economia como na autoestima dos nossos povos depois de tão grave crise que nos assola nesse instante”, declarou Mizael.
A mudança de data dos Jogos também foi destacada por atletas paralímpicos brasileiros. “Japão, te vejo em 2021! Obrigado COI pela sábia e sensata decisão. Fico mais tranquilo e motivado para participar destes Jogos em Tóquio”, escreveu o nadador Daniel Dias, dono de 24 medalhas paralímpicas (14 de ouro) nas redes sociais. “Por um lado, é uma notícia triste, pois nos preparamos tanto, fizemos um trabalho de quatro anos visando Tóquio 2020. Mas o momento é de pensar na saúde, de se cuidar, do país e do mundo superarem isso. Tudo tem um porquê e um tempo certo. Tenho certeza de que, em 2021, os Jogos serão um sucesso. Vamos chegar ao nosso objetivo e com um gostinho especial, que é ter superado tudo isso”, disse a judoca Alana Maldonado, prata na Paralimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, em vídeo publicado no seu perfil pessoal de uma rede social.
O IPC também se pronunciou nesta terça. Por meio de nota, o presidente da entidade, o brasileiro Andrew Parsons, afirmou que o adiamento era a decisão “absolutamente certa” a ser tomada. “A saúde e o bem-estar da vida humana sempre serão nossa prioridade número um e organizar um evento esportivo, de qualquer natureza, durante essa pandemia é simplesmente impossível. É essencial que todos os passos sejam dados para tentarmos limitar a disseminação da doença. Em um momento em que a maioria das comunidades pelo mundo estão enclausuradas, com escritórios e shoppings fechados e pedidos às pessoas para que não saiam de casa, continuar a perseguir o sonho dos Jogos para esse ano não faz sentido. O adiamento é a única opção lógica”, disse Parsons.
A Paralimpíada estava marcada para iniciar em 25 de agosto. Assim como a Olimpíada, o evento ainda não tem uma nova data para ocorrer.
Edição: Fábio Lisboa