Diariamente tenho conversado com alguns amigos que ingressaram recentemente em nossa Corporação. Eles estão em um misto de “semana zero” no curso de formação. Como já escrevi uma vez sobre o tema, estão na fase do: “aluno, no pátio é correndo.”
No primeiro dia foram aproximadamente 4 (quatro) desistências, até ontem umas 9 (nove). Um amigo estava me relatando o “choque cultural” ao ouvir certos termos. Percebi que a formação é a mesma que tive. Também estranhava os gritos próximo ao rosto, as “pagações” e outras peculiaridades do ADESTRAMENTO MILITAR.
Sempre afirmei que somos formados para ver o cidadão como o INIMIGO. São palavras que penetram o nosso subconsciente, formando um “imaginário coletivo” sobre o “perfil do paisano folgado”.
Achei muito interessante quando ele comentou a frase proferida por uma tenente:
“Vamos ralar alunos, vamos tirar esse “cheiro” de paisano “imundo”!…”
É a nossa realidade…
Quando eu estava no curso, muitos afirmaram perceber a mudança pela qual eu passei. Meus familiares volta e meia reclamavam da “minha agressividade” e “vibração” excessiva. Para a polícia era “energia” para outros “força”. Afinal, o que é mais “impactante”: energia ou força?
Esses termos: “adestramento”, “tropa”, “paisano”, “força”, “energia”, “elemento de execução”, dentre outros da “caserna” possuem um “encantamento cultural” sobre nós, que a maioria não faz idéia de seus efeitos práticos!
O Estado possui o MONOPÓLIO DO USO DA FORÇA, não da ENERGIA!
Precisamos de um modelo de polícia brasileiro, reestruturar o existente!!
A construção é diária!
Saiba mais:
http://aderivaldo23.wordpress.com/2010/06/17/semana-zero-no-curso-de-formacao/
http://aderivaldo23.wordpress.com/2010/09/17/inclusao-de-novos-policiais/